Os senadores Omar Aziz (PSD), Randolfe Rodrigues (Rede Sustentabilidade), Renan Calheiros (MDB) e a senadora Simone Tebet (MDB) foram ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) na quarta-feira (10) entregar o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), de quase 1300 páginas, ao procurador-geral da Justiça de São Paulo, Mário Sarubbo.
No evento que contou com a presença da imprensa, o senador Randolfe revelou que alguns depoentes da CPI estão sendo alvo de ameaças após denunciarem o ocorrido nos hospitais da Prevent Senior e casos de corrupção no Governo Federal. São eles: o deputado Luís Ricardo Miranda - que afirmou na CPI ter informado o presidente Jair Bolsonaro sobre irregularidades na compra da vacina Covaxin - e o médico Walter Correa de Souza Melo – que denunciou situações alarmantes na Prevent Senior. Ambos estão em programa de proteção à testemunha.
Antes de responder as perguntas dos jornalistas, os senadores disseram considerar fundamentais os trabalhos da CPI. Omar Aziz, presidente da Comissão, afirmou esperar providências de Augusto Aras, procurador geral da República, após ter recebido o relatório final. Aziz criticou as atitudes de Bolsonaro e disse que os crimes elencados aos finais da CPI estão pautados na realidade: “fatos são fatos”. O presidente da CPI ainda completou que, se Aras julgar Bolsonaro como inocente, certamente será algo a ser discutido juridicamente.
Quando questionado, Randolfe esclareceu que o relatório ainda seria encaminhado para outras instâncias. No mesmo dia 10, em São Paulo, os senadores levariam o documento para a Câmara de Vereadores, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal do Trabalho. No dia seguinte (11), no Rio de Janeiro, levariam o relatório feito por Renan Calheiros ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Durante a coletiva de imprensa, o senador Omar Aziz opinou sobre a atuação de Jair Bolsonaro: “criminoso tem que pagar e ele é um criminoso confesso. Se apega ao que tem de pior na política”. Aziz citou algumas ações imprudentes do presidente durante a pandemia, como tirar a máscara de uma criança, organizar motociatas e provocar aglomerações, classificando Bolsonaro como “irresponsável”. Afirmando que o presidente utiliza seus perfis virtuais para disseminar fake news, Omar Aziz criticou redes sociais que não removeram as contas de Bolsonaro: “só no Brasil que um presidente desse pode usar redes sociais para falar asneiras. Ele é o maior criminoso do Brasil”.
“Como estudante de jornalismo, foi gratificante acompanhar de perto o trabalho dos senadores. Estar presente num evento de tamanha importância para a história da política brasileira, aprendendo tanto em apenas um dia. é uma felicidade enorme, especialmente por ter acompanhado diariamente os trabalhos da CPI. Pude conhecer e conversar com os senadores Omar Aziz e Randolfe Rodrigues, profissionais que se mostraram atenciosos e comprometidas com seu trabalho”.
A realidade atual da política brasileira passa insegurança e desestrutura ao povo, mas políticos que estão realmente comprometidos com seu trabalho oferecem um pouco de esperança à população. Da mesma maneira que os políticos devem se comprometer em desempenhar eticamente seus papéis, os jornalistas tem um compromisso público. O artigo 220 da Constituição diz “Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística”. Sendo assim, é dever do jornalista mostrar o que realmente acontece, não só no âmbito político, mas em qualquer situação. É responsabilidade desses profissionais apontar as fakes news e combatê-las. Aqueles que não o fazem, estão em dívida com a população.