Entre adiamentos e controvérsias, o carnaval retorna a São Paulo no feriado de Tiradentes

Começando em 22 de abril, os desfiles voltam exprimindo ansiedade tanto no público, quanto nas escolas.
por
BEATRIZ PRETO GABRIELE, GUILHERME DEPTULA ROCHA, RAFAEL DUARTE CASEMIRO 
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29/03/2022 - 12h

Logo depois do carnaval de 2020, a pandemia de Covid-19 nos privou da festa mais popular do Brasil. Mesmo que a Covid continue presente, 2022 é um ano marcado por recomeços: público nos estádios, liberação do uso de máscaras e o retorno dos desfiles das escolas de samba. 

No estado de São Paulo, cada município teve a liberdade de cancelar ou adiar as apresentações das escolas de samba. A capital optou pelo adiamento, iniciando os desfiles no feriado de Tiradentes (21). A decisão da prefeitura dividiu opiniões dentro do mundo carnavalesco. 

“Ficou estranho o carnaval fora do mês habitual” afirma Samantha Prado, uma das participantes da tradicional Vai-Vai, mas ressalta “Concordo com o adiamento pelas questões de estabilização da pandemia. A meu ver, favoreceu as escolas ‘para’ se organizarem melhor para o desfile, mesmo porque em meados de 2021 estava tudo ainda muito incerto”. 

Aqueles que concordam com o adiamento do carnaval na capital, como Samantha, acreditam que o momento ainda não era de comemoração. Mas, desfilando desde 2015, ela sentiu a ausência da festa “Um ano sem Carnaval deixou a sensação de estar faltando algo para o ano começar de fato”.  

Em entrevista, o presidente da escola de samba União da Vila Rio Branco, de Jundiaí, Edison Luiz Pereira, conhecido como ‘Zé Prego’, afirma que a cidade do interior de São Paulo não realizará os desfiles devido a pandemia, “Já estamos pensando no ano que vem”. E acrescenta, “a prefeitura está mudando o sistema de rapasse de subvenção, as escolas não recebem da mesma forma que recebiam (...) e com a crítica da opinião pública, as pessoas não entendem o porquê que se repassa dinheiro para as  escolas de samba.”  

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União da Vila Rio Branco, umas das maiores escola de samba de Jundiaí, desfilando.  

E, além do desincentivo da prefeitura, Zé Prego comenta sobre a falta de patrocinadores. “Assim... patrocínio em Jundiaí é difícil porque o carnaval daqui é pouco explorado pelas empresas (...) pode ser que a partir de agora a gente passe a se preocupar um pouquinho mais com isso.”  

Na cidade de São Paulo o desfile começa no dia 22, às 23h15, no sambódromo do Anhembi, com a Acadêmicos do Tucuruvi. E termina na madrugada de sábado para domingo, com o Império da Casa Verde, às 5h da madrugada. Os ingressos estão à venda no site Clube do Ingresso. Confira as informações do desfile abaixo. 

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O mestre de sala, Pingo, e a porta-bandeira, x, desfilando pela Vai-Vai em 2010, no Sambódromo do Anhembi. (FOTO: Léo Pinheiro) 

Datas e Horários dos desfiles: 

Sexta-Feira: 22 de abril 

23h15 – Acadêmicos do Tucuruvi: “Carnavais…De lá pra cá o que mudou? Daqui pra lá o que será?” 

00h20 – Colorado do Brás: “Carolina – A Cinderela Negra do Canindé” 

01h25 – Mancha Verde: “Planeta Água” 

02h30 – Tom Maior: “O Pequeno Príncipe no Sertão” 

03h35 – Unidos de Vila Maria: “O mundo precisa de cada um de nós” 

04h40 – Acadêmicos do Tatuapé: “Preto Velho. Conta a saga do café num canto de fé” 

05h45 – Dragões da Real: “Adoniram” 

Sábado: 23 de abril 

22h30 – Vai-Vai: “Sankofa” 

23h35 – Gaviões da Fiel: “Basta!” 

00h40 – Mocidade Alegre: “Quelémentina cadê você?” 

01h45 – Águia de Ouro: “Afoxé de Oxalá – No ‘Cortejo de Babá’, Um Canto de Luz em Tempo de Trevas” 

02h50 – Barroca Zona Sul: “A evolução está na sua fé… Saravá Seu Zé!” 

03h55 – Rosas de Ouro: “Sanitatem” 

05h – Império de Casa Verde: “O poder da comunicação: Império, o mensageiro das emoções” 

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