Henrique Sajevicius, 18, já estava em um relacionamento quando a pandemia começou, e contou que a resistência de sua então namorada para pausar encontros colaborou para o término: "Ela não aceitou, não via a mesma gravidade que eu".
O jovem estudante falou que a crise sanitária afetou seu antigo namoro e o deixou aflito: “No começo eu tinha medo de me isolar e a gente terminar, mas minha família poderia adoecer se mantivéssemos contato”. Apesar de ter cedido aos encontros, Sajevicius acredita que a proximidade foi excessiva durante o isolamento social, o que desgastou o relacionamento.
Segundo ele, já existiam outros motivos que acabaram culminando no término e, sem a pandemia, teriam feito o relacionamento durar menos: “Foi ruim não ter visto outras pessoas, porque eu não tinha uma perspectiva externa sobre a relação. Teria sido mais breve se eu tivesse a companhia e os conselhos dos meus amigos”.
O que também mudou para Sajevicius durante esse período foi a sua percepção sobre o amor: “No tempo em que ele se arrastou, diminuiu o valor. Eu achava que o amor era mais bonito, mais fácil.”
Já a estudante de design Ana Caroline Fonseca, 18, engatou em um relacionamento com Thiago durante esse período. O primeiro contato foi por uma troca de fotos através de uma amiga em comum.
Segundo ela, a aproximação foi rápida e o pouco contato com pessoas de fora do relacionamento é positivo: “Foi de repente e natural. É a gente pela gente. Eu consigo impor ou não rótulos por estar numa pandemia e expor isso da forma como eu desejo através das redes sociais”
A divergência de ideias, para a designer, acontece pela preferência de resolver discussões pessoalmente, e a necessidade de respeitar o isolamento neste período.
“A pandemia agravou a forma como nós resolvemos os problemas. Seria mais fácil se pudéssemos nos encontrar a qualquer momento”, disse ela sobre o cumprimento de 15 dias de isolamento para o contato pessoalmente quando um deles sai para um compromisso com outra pessoa.
Ela também contou haver possibilidades limitadas de encontros, e que isso possui valores diferentes a cada passo do relacionamento: “Acredito que seja mais íntimo, por logo trazer a pessoa para casa. Um jantar romântico é dentro da cozinha, uma refeição que chega por delivery”
Fonseca afirmou ainda que há necessidade de seguir os protocolos de segurança contra a Covid-19 mesmo dentro de um relacionamento: “Eu acho que é um amor cauteloso. Não é só sobre você e a pessoa, é sobre a saúde de quem nos rodeia. Tudo tem que ser planejado, pela saúde e pelo cuidados de ambos os lados”.