Duílio faz parte de uma família tradicional na história do time alvinegro. Orlando Monteiro Alves, seu avô, foi diretor de futebol do Corinthians no histórico ano de 1977, quando o clube superou a escassez de quase 23 anos sem títulos expressivos e venceu o Campeonato Paulista. Na época do registro, seu pai, Adilson Monteiro Alves, era diretor de futebol do clube e, ao lado de Sócrates, foi precursor de uma gestão inovadora, transparente e democrática.
Quatro décadas mais tarde, Duílio, agora presidente do Sport Clube Corinthians Paulista, permanece sob atenção dos corinthianos, não por herdar o mérito de seu avô e os valores de seu pai, mas por entregar uma gestão de desconfiança. Em junho deste ano, durante o programa “Posse de Bola” do UOL Esportes, o jornalista Juca Kfouri criticou a falta de transparência dos negócios na gestão de Duílio e considerou seus discursos “nebulosos”, agindo na contramão da fidelidade assumida com a torcida pelo o jogador que o acompanha na foto.
Em 1982, São Paulo foi palco do primeiro processo eleitoral desde 64. Com a aproximação da eleição para governador, os jogadores do Corinthians, conscientes do poder do voto na derrubada do Regime Militar, entraram em campo com a frase “DIA 15 VOTE” estampada no uniforme, censurada em seguida pelo órgão fiscalizador do governo. Como nunca antes na história do Futebol Brasileiro, a política ganhou espaço dentro das quatro linhas e atingiu os verdadeiros interessados: os torcedores.
O Bando de Loucos e a imprensa esportiva cobravam resultados. As falhas nos jogos eram associadas à ideia pejorativa de “Anarquia Corinthiana” e justificadas pelo “erro terrível” de juntar dois elementos que se repelem: futebol e política. No documentário “Democracia em Preto e Branco”, Sócrates, face pública da causa, destacou: “Eu não vejo o resultado em campo preservando o movimento. Vejo o movimento fazendo resultado. A força coletiva conseguiu suplantar os obstáculos”. Para além da contribuição política, a nova organização do clube foi sentida nos gramados. Em 1982 e 83, o Corinthians foi campeão do Campeonato Paulista. “Se não ganhasse, a gente não sobrevivia”, afirmou Adilson Monteiro em um trecho do mesmo documentário.
As eleições nos dias de hoje são completamente diferentes. Nos dias atuais, jogadores participam cada vez menos de atos políticos, tanto para o país quanto nas eleições do clube.
André Negão e Augusto Melo dividem os votos no ano de 2023. André Luiz de Oliveira representa a chapa do atual presidente, Duílio Monteiro Alves, a “Renovação e Transparência”. Ocasionando uma rejeição enorme para o candidato, ainda mais por conta de suas falas antigas.
Augusto Melo tem diversas acusações de racismo, tráfico de drogas e gordofobia e mesmo com tudo isso ainda é o favorito para ser o próximo presidente do Sport Club Corinthians Paulista.
Neste ano, o Corinthians contará com o auxílio das urnas do TRE, facilitando a apuração e as deixando mais rápidas. Para a imensa torcida, conhecer seu novo presidente no mesmo dia