El mejor de todos los tiempos

A maior final da história coroa o maior jogador da história
por
Gusthavo Sampaio
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19/12/2022 - 12h

Nenhum roteiro seria melhor do que a trama que ocorreu na final da Copa do Mundo de 2022. Nem Shakespeare, ou até mesmo Nelson Rodrigues, escreveriam uma história tão completa de emoções, reviravoltas e tragicidade.

25 de novembro de 2020, foi o dia em que o maior deus argentino deixou a vida terrestre para passar ao outro plano. No jogo de domingo, milhões de argentinos, e alguns italianos, suplicaram por seu nome, por sua benção, pela sua perna esquerda. E no final, suas preces foram atendidas. Em campo, cada jogador argentino tinha um pouco de Maradona dentro de seu corpo. Cada disputa de bola era a última. Cada finalização era a final.

Diego faleceu durante um jejum de 28 anos de sua seleção. Seu sucessor, Lionel Andrés Messi, ficou 16 anos sem ganhar sequer um título pela seleção principal. Porém, em semelhança a sua imagem, assim como Maradona é idolatrado em Nápoles, Messi é em Barcelona. Ganhou tudo que disputou no clube, desde premiações coletivas, até as individuais, que inclusive tomou conta.

Mas, era desmerecido por não conquistar nada com a albiceleste. Em 2016, após a derrota com pênalti perdido na final da Copa América contra o Chile, o gênio anunciou sua precoce aposentadoria da seleção aos 29 anos. Neste ponto, já havia perdido 4 finais pela Argentina, três de Copa América e a final da Copa do Mundo de 2014.

Lionel Messi
Messi chorando após derrota para o Chile nos pênaltis, na final da Copa América de 2016. Foto: Reprodução/TheAmericanBazaar

Mas o melhor jogador de sua geração não podia parar tão cedo, e voltou. Ainda não tinha noção da reviravolta que sua história com a seleção teria. Em 2021, finalmente conseguiu a conquista de seu primeiro título: a Copa América, derrotando o Brasil em pleno Maracanã. Infelizmente, sem o fanático público argentino por conta da Pandemia da Covid-19. Apesar de perder a oportunidade de comemorar possivelmente o único título que Messi ganharia com a seleção, os argentinos também não estavam cientes do que estaria por vir.

Olhando do momento atual, parece que foi tudo premeditado. A Copa do Mundo não podia ficar de fora da estante de prêmios do maior jogador da história, e Maradona sabia disso. Ouviu as preces dos argentinos, e concedeu a força da perna esquerda em três momentos da partida: o primeiro gol de Messi, o gol de Dí Maria, e no momento mais crucial do jogo, a milagrosa defesa de Emiliano Martinez.

Irônico. Como atacante, Maradona realizou um milagre ao marcar o gol de mão, e Dibu Martinez apesar de goleiro, realizou a defesa de sua vida com a perna esquerda. Antes mesmo de jogar a partida, Messi já sabia que seria sua última de Copa do Mundo, e sua segunda final. E em sua última oportunidade, alcança a glória máxima, aos 35 anos.

Lionel Messi e Diego Maradona
Maradona carregando a taça após ser campeão em 1986, e Messi carregando a taça após ser campeão em 2022. Foto: Reprodução/FolhadeSãoPaulo

 

 

As jovens gerações dos Hermanos, não tem dúvidas. El mejor de todos los tempos, como disse Enzo Fernandez, ganhador do prêmio revelação da copa. Fez a Copa da sua vida aos 35 anos. Se tornou o jogador com mais jogos na história da Copa e o único a ganhar duas vezes o prêmio de melhor jogador. Calando todos os que diziam que não era decisivo na seleção, marcou em todas as fases do campeonato, e em todos os jogos do mata-mata.

Encerram-se todas as comparações de outros jogadores com Lionel Messi. Sua disputa fica apenas com o Maradona para os argentinos, Pelé para os brasileiros, e o resto do mundo que aceite sua realeza. 

A Avenida 9 de julho foi completamente tomada após o final do jogo. Não cabe todos os torcedores em uma imagem. O futebol para o argentino é isso. É a vida, é a paixão. Em meio à tantos problemas que enfrentam, um motivo para celebrar é um desafogo.

Lionel Andrés Messi é poesia. É o horizonte. É o inalcançável. É o futebol. E agora, também é campeão mundial, o último título que faltava para sua carreira perfeita. Seria mais histórico ainda se viesse ganhar a Libertadores com o meu Corinthians.

Brincadeiras à parte, a maior final de Copa do Mundo da história presenteia o maior jogador de futebol da história com a consagração máxima. Para o mundo, nunca existiu jogador do tamanho de Lionel Messi. Abençoados fomos nós, por acompanhar a maior carreira de um esportista na história.

Lionel Messi
Messi carregando a taça nas costas de Aguero, cercado por fãs. Foto: Reprodução/Twitter/Argentina