No domingo, 26/03, aconteceu o terceiro e último dia do Lollapalooza, em São Paulo. As atrações principais Rosalía, Cigarettes After Sex e Skrillex, substituindo o rapper canadense Drake, encerraram o festival.
A cantante espanhola Rosalía entregou um show com muita dança e design de luzes, mas o ponto alto foi a preocupação com quem assistia pelos telões e de casa. A transmissão fez parte do espetáculo, com captação própria, grande parte da transmissão foi realizada pela produção da cantora, coordenando as câmeras do Multishow (Globosat) com as coreografias. Sem se esquecer do público presente, Rosalía desceu do palco e encontrou uma fã para cantar um trecho de La Noche de Anoche. A fã era Gloria Groove, que surpreendeu Rosalía com o vozeirão afinado.
Apesar de a participação de Gloria Groove ter sido ao acaso, o domingo ficou marcado pelos artistas nacionais que subiram ao palco como convidados. Tove Lo, estrela pop sueca, apresentou com Mc Zaac a música Are U Gonna Tell Her?, composta em conjunto pelos dois. Pabllo Vittar também marcou presença ao lado da cantora com o hit Disco Tits.
Baco Exu do Blues se apresentou no palco Adidas substituindo Willow, uma das cinco artistas que cancelaram suas participações no festival. O rapper bahiano iniciou seu show com uma homenagem a Gal Costa, que faleceu no ano passado. Trouxe a exaltação da cultura afro-brasileira, estilo principal de seus álbuns, com seus sucessos Me Desculpa Jay-Z, Samba in Paris e Te Amo Disgraça. Baco também não perdeu a oportunidade de, junto com a plateia, provocar Drake, que cancelou o show no Lollapalooza com antecedência de algumas horas. Na internet, Baco foi criticado pela simplicidade de sua roupa, mas foi contundente ao rebater com “eu sou bonito, posso ir básico. Tava calor, nunca ia mete uma calça”.
Ainda durante a tarde, Aurora fez uma performance inspiradora e emocionante com suas canções. Mas, seu show repercutiu por outro motivo: seu braterista, Sigmund Vestrheim, fez um gesto de “White Power” no momento de agradecimento no fim da apresentação. A junção entre as pontas do indicador e o polegar com os outros três dedos abertos (semelhantemente ao OK), mas no caso, os três dedos simbolizaria a letra W e a junção dos dedos com o antebraço seria o P, um símbolo supremacista. A partir disso, os internautas começaram a pesquisar e encontraram imagens com símbolos como a suástica em suas redes sociais.
Como defesa, Sigmund postou em seu Instagram que o gesto foi realizado na intenção de simbolizar sucesso, que o show teria sido ótimo, já os desenhos ele alega ter sido realizados quando ainda estava na escola, durante a aula de história e não significa nada. Aurora saiu em defesa do membro de sua banda.
Sentimentos controversos foram direcionados também a Drake, com xingamentos antes do show de seu substituto, Skrillex, subir ao palco.
É seguro dizer que Drake não fez falta. O DJ americano expoente do estilo dubstep sustentou o público com um set que começou com música brasileira e contou com suas faixas mais famosas.
Skrillex iniciou sua apresentação com um remix de Carinhoso, de Marisa Monte e Paulinho da Viola, e com isso o público já estava rendido. Mas as odes à cultura brasileira não pararam por aí, tivemos Ludmilla como sua convidada. No palco Budweiser, a cantora carioca entonou Sou Má e Todo Mundo Louco, faixas de seu álbum mais recente VILÃ, e pediu à plateia que ensinasse ao Skrillex "como é que se faz no Brasil".
Mas quem mostrou como se faz foi ele. As clássicas da década de 2010 Scary Monsters and Nice Sprites e Bangarang não faltaram na mesa de mixagem de Skrillex e o DJ deixou o palco através da platéia, ovacionado.