A Dinamarca enfrentou o Haiti nesta terça-feira (01), no estádio australiano HBF Park, pela última rodada da primeira fase do grupo D, na Copa do Mundo Feminina. A partida vencida pelas dinamarquesas por 2 a 0 classifica a seleção para as oitavas de final, após 16 anos fora dessa etapa do campeonato. A seleção do Haiti, estreante no torneio, é desclassificada com saldo negativo de quatro gols.
Essa é a primeira vez que a Dinamarca passa da fase de grupos desde 1995, em que chegou às quartas de final. A seleção não chegou a se classificar por quatro edições (2003, 2011, 2015 e 2019) e aproveitou a oportunidade para fazer história, atingindo a expectativa do técnico Lars Sondergaard de “passar ao menos para o mata-mata”, explicitada em entrevista ao site oficial da FIFA+.
O primeiro tempo começou já com muita intensidade. As dinamarquesas abriram o jogo valorizando a posse de bola e com apenas três minutos de partida, Simone Boye marcou o primeiro gol em uma cobrança de escanteio. Após a bola sair pela linha de meta, Kathrine Kühl chutou para o gol haitiano. A goleira Kerly Théus (Haiti) defendeu e no rebote, a Boye devolveu para a rede, mas acabou sendo anulada por impedimento, após análise do VAR.
As escandinavas continuaram com toda força nos ataques. Aos 20 minutos, após a bola tocar no braço da camisa 19 do Haiti, Pierre-Louis, a artilheira dinamarquesa Pernille Harder, cobrou o pênalti e marcou o primeiro gol oficial da partida.
Depois do primeiro gol, a seleção do Haiti, que antes estava com a marcação desorganizada, passou a investir nas defensivas e a construir melhor as jogadas no meio de campo. Apesar de conseguirem colocar a bola na área dinamarquesa, continuavam com dificuldade para finalizar, fazendo mais passes do que partindo para o ataque.
O desempenho da Dinamarca na partida não foi tão surpreendente. Com muitos erros de passe no meio de campo e pouco esforço para construção, as jogadoras mostraram pouca preocupação em golear, visto que até um empate as classificariam para a próxima fase. O que também não foi bem aproveitado para contra-ataques haitianos.
Aos 44 minutos, Vangsgaard, atacante da Dinamarca, colocou a bola nos pés de Harder na área do Haiti e a camisa 10 finalizou no gol, mas que também foi anulado, após a arbitragem anunciar o fim do primeiro tempo, que terminou com 1 a 0.
O segundo tempo continuou muito movimentado, com as dinamarquesas descansando nas investidas e as haitianas melhorando nas construções e recuperando a bola com inteligência, para tentar fazer uma transição ofensiva - que chegou perto de ter sucesso. O Haiti finalizou mais em comparação com a Dinamarca até os 74 minutos de jogo (5 a 2 finalizações).
Mas não foi suficiente. Aos 82 minutos, as dinamarquesas decidiram acordar e correram para conquistar o segundo gol, que chegou a ser marcado por Pernille Harder, mas novamente foi anulado por uma falta na goleira adversária. O 2 a 0 só foi convertido aos nove minutos de acréscimos do segundo tempo, com uma jogada individual da meio-campista Troelsgaard, que conseguiu ultrapassar a marcação das haitianas e encontrou espaço no canto esquerdo da rede.
As duas seleções demonstraram ansiedade para finalizar as jogadas durante toda a partida e deixaram de investir em construções efetivas, que só foi bem recuperada pelo Haiti, após perceber que as dinamarquesas estavam focadas no ataque.
Apesar de ter sido desclassificada, a seleção haitiana estreia com desempenho notável, se articulando bem para sobreviver aos ataques ofensivos dinamarqueses e se reerguer no jogo, para também atacar a área adversária. Esta foi a única partida que a seleção levou mais de um gol.
Por outro lado, a Dinamarca pode ter aprendido a atacar melhor com o jogo contra a Inglaterra e a manter a posse de bola (63% a 37%), mas ainda aparenta ter problemas de passe no meio de campo, fazendo jogadas longas e demoradas, e recuperação lenta em frente às ameaças inesperadas.
As dinamarquesas, que fecharam os jogos do grupo D, ficando em segundo lugar, enfrentam a seleção da Austrália na próxima segunda-feira (7), às 7h30 (Horário de Brasília), pelas oitavas de final.
Imagem da capa: Pernille Harder comemora gol contra o Haiti / Reprodução Site Torcedores