As dificuldades do deficiente no Brasil.

A exclusão nas várias áreas da sociedade.
por
Marcela Foresti
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27/11/2020 - 12h

Como qualquer outro país o Brasil também enfrenta diversos problemas sociais, um destes problemas é a exclusão de deficientes. Segundo levantamento do IBGE de 2010 o país tem 46 milhões de pessoas que declaram ter algum tipo de deficiência, este número equivale a 24% da população.

Este grupo da sociedade enfrenta barreiras todos os dias e são excluídos de atividades básicas do dia a dia, como em atividades escolares. O diretor de patrimônio da  Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP) e cabo da polícia militar reformado Alexandre Miragaia de Araújo acredita que a sociedade em que vivemos está longe de ser inclusiva e que não podemos confundir a boa vontade de poucas pessoas com a tão sonhada inclusão “A exclusão já começa na infância com as súplicas de pais por uma vaga em   escolas”. Alexandre Miragaia de Araújo

 O também policial militar reformado e hoje presidente da Associação dos Policiais   Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP) Antônio   Figueiredo Sobrinho, acredita que aos poucos a sociedade está caminhando para uma   maior inclusão, principalmente no trabalho já que existem os sistemas de cota, mas   que ainda estamos longe de atingirmos a inclusão total. Antonio Figueiredo Sobrinho

A sociedade infelizmente ainda enxerga os deficientes como incapazes e diferentes, muitas empresas preferem pagar a multa por não cumprir a lei de cotas do que contratar alguém que se declara deficiente. Na escola é a mesma coisa, as instituições não colocam seus alunos deficientes em eventos por julgarem que a criança é incapaz de se misturar.

Para Araújo e Figueiredo o poder financeiro ainda é um fator determinante da inclusão, ele que proporciona  maior qualidade de vida, viabiliza a mobilidade e facilita o acesso a informações. 

A falta de sensibilidade para o assunto também reflete na mídia. Araújo acha que a quantidade de reportagens sobre o assunto está se tornando constante, mas que ainda vemos uma quantidade enorme de ONGs e políticos serem representantes do assunto ao invés dos próprios deficientes que superam seus limites todo dia “Não nos sentimos representados por toda essa gama de pessoas”.

Figueiredo por outro lado acredita que os conteúdos das matérias são sempre superficiais “Falam de maneira que o conteúdo seja para beneficiar outros”, para ele esta minoria da sociedade ainda não tem crédito de valor.

O pouco interesse da sociedade sobre o assunto é uma realidade triste do Brasil, difícil vermos planos de governo que incluam medidas que irão beneficiar este grupo além de cotas. Há poucas medidas para a mobilidade nas ruas e estabelecimentos, o que dificulta o acesso e mantém as barreiras do preconceito. Araújo acredita que existe uma preocupação dos governantes, mas não se vê como programa de relevância “Não tem uma formatação de Leis com nossa realidade e ficamos na dependência de ações isoladas”.

Já Figueiredo acredita que a história está mudando e que não irá demorar muito para eles serem incluídos como pessoas normais na sociedade.

 A luta pela inclusão é de todos nós e devemos cada vez mais nos preocupar em ter uma sociedade onde todos são vistos e tratados como iguais. O Brasil ainda tem uma grande caminhada e ela é agenda de todos.

 

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