Derrota brasileira e alegria francesa

Além do tropeço diante das Les Bleues, a seleção canarinho perdeu o posto de líder do grupo
por
Fabrizio Delle Serre
Matheus Monteiro da Luz
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31/07/2023 - 12h

Brasil e França se enfrentaram na manhã do último sábado (29) em duelo válido pela segunda rodada da fase de grupos da Copa do Mundo 2023. Pouco mais de 49 mil pessoas presentes no Brisbane Stadium, na Austrália, acompanharam a vitória das francesas por 2 a 1. Além do triunfo, as Les Bleues assumiram a ponta do Grupo F, com quatro pontos somados

 

O primeiro tempo foi dominado pelas francesas, com uma marcação estreita, as zagueiras brasileiras tiveram muitas dificuldades e a conexão com o meio de campo foi praticamente inexistente, a não ser por pequenos lapsos de criatividade da Kerolyn.

 

 A primeira boa chance da partida aconteceu aos 12 minutos, a francesa, Eugénie Le Sommer recebeu um bom cruzamento de Kenza Dali, e com um toque de cabeça fez a goleira brasileira Letícia sujar o uniforme para evitar que o placar fosse aberto.

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Celebração de Eugénie Le Sommer após abrir o placar - Foto: Darren England / EFE 

Assim como na estreia contra a Jamaica, a França apostou nas descidas pelas beiradas do campo, focalizando suas jogadas nos cruzamentos. Foi desta maneira que, aos 16 minutos, a lateral-esquerda Sakina Karchaoui fez boa inversão de jogo para Diani, que de cabeça tocou para Le Sommer. A atacante não perdoou, testou a bola e estufou a rede: 1 a 0 para as europeias.

 

No minuto 30, Grace Geyoro ficou cara a cara com Letícia, que foi melhor. A goleira fez a defesa e evitou o segundo gol das francesas. Porém, mesmo que a bola morresse no fundo da rede, o gol seria invalidado por impedimento. Após esse lance e até o fim do primeiro tempo, a França não chegou com tanto perigo ao gol brasileiro. Os 45 minutos terminaram favoráveis para as comandadas de Hervé Renard, vencendo pelo placar mínimo.

 

A conversa no intervalo no segundo tempo parece ter surtido efeito e a seleção brasileira voltou conseguindo equilibrar as ações do meio de campo, deixando a partida menos unilateral. Aos 12 minutos, a seleção brasileira trocou passes pelo lado esquerdo de seu campo de ataque, até que Kerolin arriscou um chute, o qual desviou na zagueira Maëlle Lakrar, a bola sobrou dentro da área para Debinha, que de perna direita tirou a goleira francesa da jogada e empatou a partida, 1 a 1.

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Momento da finalização do gol de empate marcado por Debinha - Foto: Patrick Hamilton / AFP

 A França logo tomou o empate e, após o gol sofrido, as Les Bleues ficaram mais vulneráveis na defesa, sofrendo com os contra-ataques das brasileiras. Porém, a pressão do Brasil foi diminuindo e a nação europeia foi achando espaços para finalizar e arriscar o segundo gol.

 

Aos 37 minutos da etapa final, a França teve um escanteio a seu favor. Wendie Renard, capitã e zagueira de 1,87m de altura, aproveitou o bom cruzamento e de cabeça ampliou o placar para 2 a 1, garantindo a vitória e a liderança do Grupo F.

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Wendie Renard após marcar o gol que confirmou a vitória da França sobre o Brasil - Foto: Franck Fife / AFP 

Vale ressaltar que esse foi o 13° duelo entre as seleções, e o tabu permanece: o Brasil nunca venceu a França. Foram oito vitórias das europeias e cinco empates. Além do incômodo retrospecto, a derrota demostrou uma desatenção brasileira nas jogadas áreas, que é um trunfo francês já conhecido: motivo da eliminação do Brasil na Copa de 2019.

 

A França retorna aos gramados na próxima quarta-feira (02). O compromisso será contra o Panamá, às 07h (Horário de Brasília). No mesmo horário, o Brasil enfrenta a Jamaica numa partida que decidirá o futuro da seleção canarinho nessa Copa. As Jamaicanas só precisam de um simples empate para acabar com o sonho brasileiro de conquistar sua primeira Copa.