Segundo pesquisa TIC Domicílios divulgada no segundo semestre de 2019, o número de brasileiros que usam a internet continua crescendo: subiu de 67% para 70% da população. O que equivale a 126,9 milhões de pessoas. Um dos dados que chama mais atenção é que pela primeira vez quase metade da população rural afirmou ter acesso a internet. O dispositivo preferido é o smartphone, com 56%.
O Brasil é o 4° país em usuários no Facebook, segundo a pesquisa do site Statista, em janeiro de 2020 foram computados 120 milhões de usuários. A segunda rede social mais popular no Brasil (perdendo para o Youtube).
Perfil do público brasileiro que acessa o Facebook (Fonte)
Em outubro de 2018, foi lançado o Facebook Watch em todos os países (nos quais o Facebook está presente). Uma plataforma exclusiva para vídeos. Um YouTube dentro do Facebook. Qual pessoas com uma conta no Face, pode acessar ao Watch, podendo produzir e assistir vídeos. Entre esses conteúdos, as lives esportivas vêm fazendo grande sucesso. Segundo a matéria do “meio & mensagem”: “Mensalmente 2,3 bilhões de pessoas se conectam ao Facebook (...) Além disso, a rede social concentra um total de 700 milhões de fãs de esportes em todo o mundo. Desse total, 400 milhões seguem alguma página relacionada com o futebol.”
A escolha de fazer lives esportivas pelo Facebook é uma vantagem para usuários e empresários. A popularidade da rede mesmo em regiões mais afastadas do Brasil, permite a conexão de torcedores em ligas que normalmente não teriam acesso. Ou encontram maior facilidade de assistir os jogos, pois muitas vezes não estão próximos a aparelhos televisivos.
Anselmo Penha, mestre em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP, disse em entrevista, que a vantagem do Facebook Watch em relação a novas plataformas é que a está dentro de uma rede amplamente conhecida: “Eu acredito que a interface do Facebook Watch ainda deva ter algumas alterações para se mostrar como um produto independente dentro do Facebook e não apenas uma outra funcionalidade da plataforma. O diferencial positivo que vejo é estar dentro de uma plataforma (Facebook) já amplamente conhecida, e que abrange diversas faixas etárias. É possível transmitir um jogo ao vivo no Facebook e alcançar a pessoa de um pouco mais idade que nunca usou um Instagram, por exemplo. E traz também a credibilidade já construída pelo Facebook. Sites como o MyCujoo (que transmitiu a Copa SP Jr este ano) não são conhecidos há anos como o Facebook.”
A partida, válida pela Copa Libertadores da América, Flamengo x San José foi um sucesso foi estrondoso: no momento de pico, no final do primeiro tempo, o jogo teve mais de um 1 milhão de pessoas assistindo ao confronto ao mesmo tempo. No total, mais de 7,6 milhões de pessoas acompanharam em algum momento a partida. Batendo o recorde do jogo entre Paris Saint-Germain e Manchester United, pelas oitavas de final da Champions League, que havia alcançado 860 mil usuários ao mesmo tempo. Durante as transmissões dos jogos é possível ler os comentários dos usuários e em grande parte, agradecem a página por estar transmitindo os jogos, assim muito conseguem assistir na volta para casa, principalmente a CL que acontece entre das 17:00 até as 19:00, horário que a maioria das pessoas estão voltando do trabalho.
Logo Mark Zuckerberg e a Fox Sports fecharam um acordo de exclusividade da competição Libertadores para nove países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). Mesmo o Brasil sendo mercados principais de aposta do Facebook para a transmissão de jogos ao vivo, os torcedores terão que assistir pelos canais de TV.
Em relação a acesso à internet as classes D e E tiveram um aumento de 10% em relação ao ano passado, totalizando 40%. Ainda longe do esperado. O Brasil é o 85º colocado entre 241 países pesquisados em relação à qualidade da velocidade de acesso — em média, 6,4 Megabits por segundo (Mbps) e abaixo da média de tráfego mundial, 7 Mbps, segundo estudo da Akamai, em 2016. Mais uma vez longe do ideal.
A função plataforma que é o streaming, cada vez mais avança e conquista usuários cadastrados no Face. Porém com a falta de estrutura da internet no Brasil, sendo ela de qualidade e alcance em certas regiões e classes sociais, a “democracia” das lives esportivas que poderia existir, não existe.