Há 13 dias do primeiro turno das eleições de 2022, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu, nesta segunda-feira (19), oito ex-candidatos a presidência da República em evento em São Paulo. As presenças de Guilherme Boulos (PSOL), Luciana Genro (PSOL), Cristovam Buarque (Cidadania), Marina (Rede), Geraldo Alckmin (PSB), Fernando Haddad (PT), Henrique Meirelles (União Brasil) e João Goulart Filho (PCdoB) mostra o objetivo da chapa de Lula de encerrar as eleições para presidente já na primeira etapa, em 02 de outubro.
A reunião dos ex-presidenciáveis coloca em prática o que Lula vem dizendo há meses, de que para derrotar Jair Bolsonaro, é necessário a formação de uma Frente Ampla pela Democracia. Um vislumbre dessa movimentação já tinha sido feito com a incorporação de Geraldo Alckmin (PSB) para vice de sua chapa. Rivais históricos, hoje ambos se uniram na chapa petista. Porém, a iniciativa por uma Frente Ampla ganhou força com o apoio de Henrique Meirelles (MDB), político de centro-direita, e de Marina Silva (Rede), que tinha fortes divergências com Lula desde a época que saiu do governo do petista, em 2008.
Com 48% dos votos válidos, segundo a pesquisa Datafolha de 16 de setembro, o candidato do PT tem margem para vencer o pleito no primeiro final de semana de outubro. A busca pelo voto útil, principalmente de eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), torna ainda mais imprescindível a reunião dos ex-presidenciáveis para eleição do petista.
Durante o evento, Lula bateu na tecla que o gesto dos ex-presidenciáveis é um apoio à democracia, que vem sendo atacada pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
"O que vocês estão fazendo com o gesto de hoje é assumindo um compromisso, mas não é um compromisso com o Lula - é um compromisso que esse país vai voltar a viver democraticamente. As pessoas vão voltar a conviver democraticamente nesse país. Não é o Presidente da República e sua assessoria que diz o que é bom para a sociedade."
A proposta da Frente Ampla fica ainda mais clara pela fala do candidato a vice-presidência, Geraldo Alckmin (PSB). Segundo o ex-governador de São Paulo, é necessário deixar as diferenças de lado e pensar no Brasil.
"(Antes) tínhamos projetos diferentes para o Brasil, mas sempre tivemos como único projeto, uma pedra basilar, a democracia"