Durante a semana anterior ao primeiro turno das eleições municipais em São Paulo, a redação entrevistou alguns eleitores para saber como é o processo de escolha dos candidatos para prefeito e vereador. Entre os entrevistados, alguns afirmaram que não acompanham as campanhas na televisão, mas preferem acompanhar nas redes sociais, como a estudante Giulia Palumbo, outros quase não acompanham as redes, como a estudante Rafaela Reis Serra, outros ainda acompanham ambas mídias e as pesquisas de intenção de voto para chegar na escolha.
“Alguns partidos menores possuem menos tempo de tela”, explica o cientista político e doutor em comunicação social Paulo Gabriel Martins Moura, “por isso algumas campanhas são feitas mais fortemente nas mídias sociais, no entanto, estas campanhas não atingem toda a população como atingiriam se fossem feitas na televisão.” Além disso, o especialista diz que a cobertura jornalística para cargos do executivo é mais polarizada, por isso possui maior competição por tempo de tela do que para os cargos no legislativo. Isso faz com que as propostas dos candidatos a vereador não sejam tão disseminadas quanto para prefeito, dificultando a decisão. “O vereador está mais próximo do povo.” diz a estudante de jornalismo Rafaela Reis Serra, “Deveria haver mais tempo na televisão para apresentação de propostas.”.
Além das campanhas, outro fator que influencia a decisão de eleitores é a pesquisa de intenção de voto. O eleitor Adriano Valentim da Costa afirma que acompanha as pesquisas e não votaria em um candidato que possui grande rejeição, apenas se acreditasse muito em sua proposta. “A pesquisa é uma informação a mais para o eleitorado.”, explica o cientista político, “Além de votar para seu candidato vencer, alguns eleitores costumam votar para outro candidato perder. Por exemplo, nas eleições atuais, houve uma rejeição ao Russomano (Republicanos), que poderia levar Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) ao segundo turno. Com este fato dado nas pesquisas, pode ocorrer uma virada nos eleitores de direita, os fazendo votar no Russomano e levá-lo ao segundo turno, para que o candidato do PSOL não ganhe.”.
A estudante de jornalismo Giulia Palumbo afirma que não votaria em um candidato rejeitado para não jogar seu voto fora, e diz que para se decidir precisa se identificar com o candidato e acreditar em suas propostas. Já a eleitora Samara Beatriz conta que para o momento de decisão escuta podcasts e vê debates online, não se importando com o resultado das pesquisas para escolher seu candidato. Apesar das divergências, os eleitores entrevistados consideraram essencial para a decisão que os pretendentes aos cargos tragam propostas realistas, que prezem os direitos humanos e tenham conhecimento político e social necessários para cada cargo.
Na pesquisa DATAFOLHA do dia 23 de outubro, Bruno Covas (PSDB) aparecia na liderança com 23% de intenção de voto, seguido por Russomano (REPUBLICANOS) com 20% e Boulos (PSOL) com 14%. Na mesma pesquisa, Russomano aparece com maior rejeição, com 38%. O resultado das urnas levou ao segundo turno os candidatos do PSDB e do PSOL.