Comentarista da Globo revela como separar o trabalho da paixão

Há 19 anos no esporte, Alexandre Lozetti relembra grandes coberturas e sua mudança de torcedor para jornalista
por
Pedro Rodrigues Rossetti
|
23/06/2023 - 12h

Alexandre Lozetti, 40 anos, que trabalhou como repórter no Lance e
atualmente escreve e comenta para os canais da Globo Entre os dilemas da profissão, ele relembra
entrevistar  Luizão, do São Paulo, mesmo time que ele torce, após o título da Libertadores de 2005, e a crônica
escrita após o histórico 7x1 em 2014.
Como todo amante de futebol, o jornalista torce para um time, mas não ele não 
costuma abrir essa informação, já que para sua profissão é importante
manter-se imparcial e explicitar seu time pode prejudicá-lo. Ao longo de sua
carreira, Lozetti foi percebendo a transição entre jornalista e torcedor: “Você não deixa
de ser torcedor, só agrega, o que muda é que você passa a entender melhor
algumas coisas que acontecem, porque ganhou o jogo, porque empatou,
porque perdeu, porque jogou mal, porque jogou bem, passando simplesmente
a ter um maior poder de análise”.
Fazendo parte do Jornal Lance, entre 2004 e 2012, acompanhou
inúmeros jogos como repórter, tendo a lembrança da Libertadores da América
de 2005, que foi conquistada pelo São Paulo. Ao fim do jogo, teve de ficar no
gramado e entrevistar os jogadores ali mesmo, já que não iriam para a coletiva.
Lozetti relembra a sua entrevista com Luizão e conta que teve de deixar
seu eu torcedor de lado: “Eu entrevistei o Luizão, em cima do símbolo e ele
chorando, chorando muito emocionado e eu tive que me segurar muito ali, mas
foi muito legal a experiência e cobrir final é muito bacana para qualquer
jornalista”.
Após oito anos como repórter, foi contratado pela Globo e passou por
alguns cargos dentro da emissora, principalmente escrevendo para o portal
GE, no Blog do Lozetti, comentando as rodadas dos principais campeonatos e
as últimas notícias do mundo da bola.

Cobrindo as últimas três Copas do Mundo, o jornalista lembra
perfeitamente da semifinal entre Brasil e Alemanha no Mineirão, que ele
considera como a maior derrota da história das Copas do Mundo, por ser a
maior seleção de todas derrotada daquela maneira em casa por um rival
mundial.
Passados nove anos da sua entrevista após o título do tricolor paulista,
Lozetti já tinha muita bagagem para separar a paixão de torcedor e seu
trabalho. Com isso, após o fatídico 7x1, acabou sendo escalado para escrever
a crônica do jogo no site e explicou: “Ao mesmo tempo que é doloroso ver
aquilo, também é histórico você presenciar algo que provavelmente nunca mais
vai se repetir”.
Um amigo da redação considerou aquele texto como a crônica da vida
de Alexandre Lozetti, que se tornou um dos principais jornalistas esportivos do
país e obviamente, conseguiu separar suas paixões para tratar dos principais
jogos de futebol.

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