O Núcleo Diversas T e o Coletivo Glamour anunciaram a inauguração da Biblioteca LGBTQIAPN+ da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), idealizada em parceria com a Comissão da Diversidade da Associação de Pós-Graduandos (APG PUC-SP) da universidade.
A partir da divulgação do catálogo oficial pelo Núcleo Diversas T, os estudantes puderam conhecer melhor os 56 livros já disponíveis no campus Perdizes, que podem ser transferidos conforme necessidade de empréstimo para os outros polos puquianos. Além dos títulos, é possível acessar breves resumos acerca do conteúdo de cada obra, debruçando-se também sobre seus autores.
A curadoria do projeto foi assinada por Lucas Dantas, doutorande em Educação que também atua como professore de Gênero e Sexualidade no Instituto Singularidades. Já a docente Carla Cristina Garcia, mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP e especialista em estudos de gênero e feminismo, também pôde colaborar com a sugestão das obras.
De acordo com Lucas, a curadoria do acervo buscou mesclar obras teóricas, de ficção e poesia; bem como resgatar autorias trans e travestis, e selecionar produções contemporâneas para tratar dos temas de gênero e sexualidade de forma mais atualizada.
Títulos como “Transfeminismo”, da autora Letícia Nascimento; “Crianças Trans: Infâncias Possíveis”, de Sofia Favero; e “Ética bixa: proclamações libertárias para uma militância LGBTQ”, de Paco Vidarte; compõem a lista. As temáticas dos textos abordam diversas camadas da comunidade, em diferentes críticas, épocas e realidades, enriquecendo o repertório dedicado ao movimento.
Carla ainda acredita que disponibilizar esse tipo de conteúdo à população é uma grande ferramenta no combate à desinformação e ao preconceito, incentivando a produção de novas pesquisas, o empoderamento e a autoafirmação da comunidade LGBTQIAPN+. “Um acervo dedicado à pesquisa LGBTQIPA+ torna essa comunidade mais visível no ambiente universitário, combatendo a invisibilidade histórica e promovendo o reconhecimento da sua importância e contribuições para a sociedade”, explica a mestra.
Vale lembrar que, desde 2021, a PUC-SP já abarcava bibliotecas temáticas negra e indígena, e que o processo de criar uma coleção que reunisse temas da comunidade LGBTQIAPN+ começou no ano passado. Segundo a analista de biblioteca Lúcia Maria dos Santos Araújo, o acervo especializado é de suma importância justamente por registrar a atualização “de todo o contexto social, tudo que envolve pessoas e as diferenças, de como é visto ou de quem se esconde atrás do preconceito”, descreve.