"Virginia" é uma peça teatral escrita e interpretada pela atriz carioca Cláudia Abreu. O drama conduz o espectador ao universo de Virginia Woolf, ilustrando as dificuldades enfrentadas por uma mulher daquela época. A obra destaca o peso da angústia e a busca constante de Woolf, como mulher, pela independência emocional e intelectual.
Ao longo do espetáculo, o público acompanha a jornada da escritora em momentos de dor e sofrimento, como resultado das forças externas que constantemente a desafiavam. A peça está em cartaz até o dia 30 de abril no Teatro TUCA, sexta às 21h, sábado às 20h, domingo às 17h. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e no app/site Sympla.
Em 2022, Cláudia publicou seu primeiro livro intitulado "Virginia: Um Inventário Íntimo". A obra traz consigo a íntegra do roteiro e pode ser adquirido no teatro e em livrarias.
No texto, são explorados diversos temas que culminam em um só: a opressão sofrida pela autora, e como consequência disso, os inúmeros conflitos internos que acarretaram na forma como ela tirou a própria vida.
No decorrer do espetáculo, nota-se que Cláudia e Virginia se fundem em um só corpo - potente. A atriz engrandece o palco com a sua presença, ocupa cada centímetro da cena e expressa, com maestria, a razão pela qual a história de Virgínia Woolf merece ser contada dessa forma - expondo suas fragilidades intrínsecas.
"Virginia" é um retrato íntimo da vida de uma mulher notável que enfrentou empecilhos constantes para encontrar sua voz e expressar-se livremente no mundo. Infelizmente, ela não estava viva quando descobriram a tamanha genialidade que seu trabalho representa.
No final do espetáculo, a atriz acaba sendo ovacionada e aplaudida de pé durante alguns minutos. É impressionante como Cláudia cativa a plateia e consegue traduzir de forma excepcional a psiquê da escritora.
Com direção de Amir Haddad, que já a havia dirigido em “Noites de Rei” (1997) e codireção de Malu Valle.
Virginia, sob a ótica de Cláudia Abreu, transpõe em palavras, gestos e olhares o quão nocivo pode ser conviver com alguns transtornos psíquicos e não saber ao certo como manejá-los.
Virginia Woolf, que nos dias de hoje, é considerada uma das autoras mais lidas e aclamadas, não se enxergava como tal. Vivia constantemente assombrada pelas vozes do seu passado, tinha devaneios corriqueiros que lhe tiravam a sanidade, não compreendia as situações machistas que passava e se questionava com frequência, mas de uma coisa ela sabia - que era possível encontrar beleza em meio ao caos de sua existência.