Cinema Confronta Streaming em Duelo Cinematográfico

A sétima arte vem passando por problemas nos últimos anos
por
Cristian Francisco Buono Costa
Matheus Pogiolli de Oliveira
|
27/11/2023 - 12h

Por Cristian Buono (texto) e Matheus Pogiolli (audiovisual)

 

Entrar naquela sala escura onde o cheiro de pipoca quente e a ansiedade pelo espetáculo se misturam é uma experiência que está ficando cada vez mais rara. Os cinemas de rua, outrora um ponto de encontro cultural e social nas cidades, estão diminuindo à sombra da crescente dominação dos serviços de streaming. Os efeitos dos últimos anos no cinema já podem ser observados em gerações mais jovens. Aos 25 anos, Lucas Oliveira, amante de cinema e estudante de audiovisual, afirma que o preço se une à vontade e praticidade, pesando na escolha entre cinema ou streaming.

 

 

Ele demonstra, inclusive, uma vontade maior em acompanhar Blockbusters do que outros filmes, demonstrando uma rotina maior em acompanhar os serviços de filmes e séries em casa.

 

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A experiência de assistir a um filme no cinema é única e insubstituível. O som envolvente, a qualidade da imagem na tela grande e a atmosfera criada pela coletividade da plateia proporcionam uma imersão impossível de se reproduzir em casa. É como comparar um jantar caseiro a uma refeição em um restaurante gourmet. Ambos são agradáveis, mas a experiência é diferente. Com o advento dos serviços de streaming, a oferta de conteúdo audiovisual em casa é imensa e conveniente. Isso é inegável. Mas, ao mesmo tempo em que as opções aumentam, os cinemas diminuem. As salas estão se tornando obsoletas, como velhos monumentos de um passado glorioso, enquanto as pessoas se afundam em seus sofás e assistem a filmes em suas telas de TV. A perda gradual dos cinemas de rua vem mostrando uma sociedade que está se tornando cada vez mais isolada, onde a experiência coletiva é substituída pela individualidade. 

Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), a renda de 2023 está consideravelmente atrás quando comparado a 2019, último ano antes da pandemia: considerando o período de 5 de janeiro a 2 de agosto, estão em 75 milhões de espectadores e 1,49 bilhão de reais em arrecadação, enquanto em 2019 os cinemas do país receberam 173 milhões de pessoas e arrecadaram 2,75 milhões de reais.

Gianluca afirmou amar a experiência conjunta do cinema, algo que apenas uma sala lotada pode proporcionar...

Gianluca também afirma que o preço dos streamings é responsável por uma menor procura pelas salas de cinema...


Ele também entende que a praticidade dos streamings auxiliam para o declínio do cinema...


 
File:Busan Cinema Center at BIFF 2020 - 09.jpg - Wikimedia Commons
 

Por conta da crise sanitária causada pela pandemia do Covid-19, os cinemas contaram com grande redução de público. A maioria deles, inclusive, fecharam após os acontecimentos iniciados no ano de 2019. Ainda segundo dados da Anvisa, os cinemas do Brasil receberam em 2020 e 2021 por volta de 39 e 52 milhões de espectadores, respectivamente. Além dos problemas enfrentados pelas questões citadas, os cinemas contaram com um concorrente de muita força e de mais praticidade: os streamings e suas séries. Netflix, Prime Vídeo, HBO MAX e muitos outros serviços “tomaram” o lugar das salas escuras com suas produções cada vez mais qualificadas e tomadas por investimentos milionários, e continuam com grande crescente mesmo após a diminuição brutal das limitações impostas aos cinemas, causadas, é claro, pela pandemia. Segundo a edição de 2022 do estudo “Eu nas Séries”, da NBCUniversal Brasil, cerca de 93% dos brasileiros, algo como 115 milhões de fãs, acompanham séries – em 2018, na primeira edição da pesquisa, essa porcentagem era de 51%.

No universo em constante transformação do entretenimento, a batalha entre o cinema e o streaming revela-se como um duelo cinematográfico épico. Enquanto as telas continuam a ser desbravadas, a magia da sétima arte e a conveniência do streaming convergem e colidem. Seja na atmosfera imersiva da sala escura ou na comodidade da transmissão digital, uma certeza permanece: a paixão pelos filmes persistirá, moldando o futuro do entretenimento para as próximas gerações. O embate entre o tradicional e o contemporâneo cria uma vasta rede de experiências, onde cada tela conta sua própria história, formando assim mais um capítulo na evolução da narrativa visual.