Nesta terça-feira, 16 de Abril, a chama da 33° edição dos Jogos Olímpicos de Verão foi acesa em uma cerimônia realizada no Templo de Hera, em Olímpia, palco dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, na Grécia. O ritual de acendimento da tocha olímpica é um dos mais tradicionais das Olimpíadas. O fogo simboliza a pureza, paz e amizade entre as nações. Além disso, marca o início do revezamento que conta com mais de 10 mil condutores até chegar na pira Olímpica de Paris, no dia 26 de julho.
O grego Stéfanos Doúskas, campeão olímpico de remo no skiff simples, foi o primeiro condutor, recebendo a tocha das mãos da suma sacerdotisa do Templo de Hera, representada pela atriz Mary Mina. Em seguida, ele entregou a chama para a francesa Laure Manaudou, três vezes medalhista olímpica em Atenas 2004 e chefe do revezamento da tocha olímpica, em Paris.
Seguindo a tradição das Olimpíadas, após um período de revezamento de 11 dias pela Grécia, a chama será entregue aos franceses no Estádio Panatenaico de Atenas, o local dos primeiros Jogos Olímpicos da Modernidade em 1886. A tocha então seguirá para a França a bordo do veleiro Belém, com previsão de chegada em Marselha no dia 8 de maio.
O revezamento da chama conta com 68 etapas no país-sede dos Jogos, abrangendo mais de 400 cidades francesas. Ainda, apresenta uma oportunidade de mostrar a biodiversidade da França, com os mares e oceanos sendo representados através da chegada da chama via Mar Mediterrâneo. A chama Olímpica também cruzará os Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, durante o chamado "Revezamento dos Oceanos", que incluirá territórios ultramarinos que pertencem à França como Guiana Francesa, Polinésia Francesa e Martinica.
Além disso, será uma oportunidade para explorar a história da França. Passará por lugares como Lascaux, sudoeste da França, onde é possível encontrar pinturas pré-históricas nas paredes das cavernas, o Palácio de Versalhes e obras-primas da arquitetura, como igrejas e abadias. Ao longo de sua jornada, o revezamento da tocha Olímpica destacará algumas das principais figuras que serviram de inspiração e contribuíram para a cultura francesa, como Joana d'Arc, heroína da Guerra dos Cem Anos, Charles de Gaulle, líder francês durante a Segunda Guerra Mundial, e Robert Schuman, um dos fundadores das Comunidades Europeias e do Conselho da Europa.
A tocha foi projetada pelo designer francês Mathieu Lehanneur, inspirado nos três pilares fundamentais: Paris, representada pela presença das ondulações metálicas na parte inferior para homenagear às águas do Rio Sena, o local da cerimônia de abertura; Igualdade, refletida na simetria das formas da tocha; e Paz, expressada como uma forma de generosidade e fraternidade.
Nesta edição, o foco é promover a sustentabilidade, com o uso de tochas feitas com aço reciclado, totalizando cerca de duas mil unidades. Essa ação resulta em uma redução significativa se comparada às 12 mil tochas usadas na edição de Tóquio.