Candidato do Republicanos foi o primeiro entrevistado pelo G1

Em sabatina, Tarcísio de Freitas defende fim das câmeras na PM, nega inexperiência e promete conectividade na saúde
por
Malu Araújo
João Vítor Carneiro
|
25/08/2022 - 12h

 

Nesta segunda-feira (22) o candidato ao governo de São Paulo Tarcisio de Freitas (Republicanos) abriu a semana de entrevista do portal de notícias G1 na cobertura das eleições. O critério usado pelo portal foi a margem de votos maior que 6%, baseado na última pesquisa do IPEC.

Com 12%, o candidato que tem Jair Bolsonaro como seu principal cabo eleitoral, é o segundo colocado nas pesquisas e disputa com Fernando Haddad (PT), atual líder das pesquisas com 29% e Rodrigo Garcia (PSDB) que é o terceiro colocado com 9%.

Na entrevista, o candidato comentou sobre diversos assuntos, confira as principais respostas:

Inexperiência

Durante a entrevista, Tarcísio começou sendo questionado sobre sua inexperiência como governador, já que passou por diversos cargos técnicos em sua carreira, mas esta seria a sua primeira experiência em cargo de comando. Segundo ele, não seria nenhum tipo de empecilho e ele tem as qualidades necessárias. “Ao longo da minha vida eu me preparei para desafios como esse e quero desafios cada vez maiores.”

Saúde pública

O candidato teve em seguida muitos questionamentos acerca das questões de saúde pública do estado de São Paulo. A principal atuação que o candidato prometeu foi acerca de utilizar um sistema de telemedicina associado a equipes de medicina familiar. 
“Você tem que aumentar a eficácia da atenção primária, muitos dos casos que chegam no Pronto-Socorro, na Emergência, poderiam ser resolvidos na  atenção primária. Se você monitorar doenças como Diabetes e Pressão Alta elas não se agravam. Temos que usar a tecnologia, já que vivemos na era do 5G, da conectividade, que significa que várias famílias e equipes de medicina da família vão ser atendidas por uma central de médicos para prestar a primeira assistência. Com menos profissionais, você atende mais pessoas.”

Pensando na grande fila para cirurgias eletivas, Tarcísio disse que um dos principais problemas é a gestão da fila, que precisa ser regionalizada e que é necessário um foco em cirurgias pequenas, para que a fila seja reduzida rapidamente.

Primeiro temos que ter certeza do tamanho da fila, fortalecermos a regionalização da saúde, para que tenhamos uma gestão regionalizada. Nós temos que também entender a demanda, nós temos muita espera de cirurgias que são simples, então vamos formar transformar ambulatórios em hospitais capazes de fazer intervenções cirúrgicas pequenas. Temos que ampliar a rede de AMEs e capacitá-las para esse tipo de situação, para podermos zerar a fila.

Via-Mobilidade

No tocante ao transporte, o candidato trouxe como uma das propostas rever contratos de concessões como o com a Via-Mobilidade. Tarcísio se mostrou incomodado com falhas na operação e segundo ele, os contratos precisam ser cumpridos.

"Temos as linhas 8 e 9, que passaram por processo de concessão e estão apresentando muitos problemas, aí temos que revisitar esse contrato, fazer com que ele seja cumprido. Que aqueles indicadores de performance sejam cumpridos, para que possamos melhorar a prestação de serviço”

Meio Ambiente

Ao ser indagado se ocorreria a “passagem da boiada” em seu governo, Tarcísio respondeu que não, uma vez que pretende agir de forma “racional” para que São Paulo seja uma potência verde. O candidato compartilhou seus planos para o futuro do Estado:  "A gente vai ser líder no mercado de crédito de carbono, a gente vai ser líder na produção de amônia verde e a gente vai ser líder na produção de hidrogênio verde”.

Educação

Tarcísio disse que sua “meta é triplicar a quantidade de escolas em tempo integral e fazer com que além do ensino profissionalizante [ os jovens] possam ter a primeira experiência profissional como aprendiz”. O candidato comentou sobre a iniciativa que será criada a partir de seu governo para capacitação profissional dos jovens, o programa “Jovem Aprendiz Paulista” será responsável por abrir as primeiras portas do mercado de trabalho.

Aumento da Fome

O republicano alegou que o combate à fome no estado será feito de duas formas: por meio do programa de transferência de renda e pela a “apresentação” de uma porta de saída, que seria o emprego. Para o candidato, “a verdadeira assistência social” está em se entender a raiz da pobreza, para que assim o estado possa atuar na criação de um plano de “desenvolvimento individual” para as pessoas com dificuldade, possibilitando a inserção no mercado de trabalho.

Vacinas

Quando questionado sobre o negacionismo e a recusa das vacinas durante o governo Bolsonaro, Tarcísio tentou mudar de assunto, buscou ressaltar os contratos fechados pelo Brasil com a AstraZeneca, as estratégias utilizada na diversificação das vacinas, o  esquema vacinal de “sucesso” da população e os investimentos “feitos” em vacinas nacionais, como a FioCruz e a CoronaVac.

Câmeras na Rota

Tarcísio comentou sobre as câmeras em uniformes policiais, que comprovadamente têm reduzido dados de violência. Segundo ele, as tropas especiais da Polícia Militar de São Paulo como a Rota e Tropa de Choque não devem ter esse tipo de acessório. Para o candidato, há uma deturpação na forma como se enxerga a segurança pública.

“Na minha opinião, não [deve usar câmera], na minha opinião, é incompatível com o tipo de atuação, com a natureza de atuação que ela tem. E quem disse que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera. Por que você não acredita que ela não vai seguir a lei não estando com a câmera?”