Brasil volta a vencer Polônia após 3 anos

No último jogo da segunda semana da Liga das Nações, seleção quebra “maldição”
por
Giovanna Takamatsu
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19/06/2024 - 12h

Na madrugada do sábado (8), a equipe brasileira voltou à quadra para enfrentar seu último adversário da semana, a Polônia. A seleção polonesa era uma pedra no sapato dos brasileiros, já que a última vez que o Brasil conseguiu vencer esse rival foi na final da Liga das Nações de 2021, em Rimini (Itália). Desde então, foram derrotas sucessivas.

Em uma partida inspirada, os brasileiros conseguiram ganhar o jogo em 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 25/17, 21/25 e 25/23. O time titular inicial foi Cachopa (levantador), Alan (oposto), Maurício e Leal (ponteiros), Lucão e Flávio (centrais) e Thales (líbero). Como de costume, o treinador Bernardinho se utilizou da inversão do 5x1, assim Brasília (levantador reserva) e Darlan (oposto reserva) também tiveram participação durante a disputa. O maior pontuador do confronto foi Leal, com 22 pontos.

brasil comemorando
Seleção brasileira comemorando ponto. Foto: Volleyball World

Erro de saque, erro de saque e mais erro de saque

O jogo iniciou equilibrado. Não por causa de refino técnico de ambas as seleções, mas por causa de serviços errados consecutivos dos dois lados. Por causa disso, a partida demorou para fluir. Mas, curiosamente, a seleção brasileira conseguiu se distanciar da Polônia por causa desse mesmo fundamento.

A partir do meio do set, o Brasil conseguiu abrir o placar em 5 pontos, fato difícil quando se trata de um adversário agressivo como é a seleção polonesa – que foi a campeã na Liga das Nações de 2023. O segredo foi um time organizado e com decisões inteligentes, ataques eficazes e poucas defesas da Polônia. A virada de bola brasileira se complicou um pouco no final da parcial, o que permitiu que o rival encostasse no placar; mas, por causa da instabilidade polonesa, e pela entrada da inversão do 5x1, que foi bem, o Brasil conseguiu fechar o set. 

O segundo set foi muito parecido com o primeiro. Os erros de serviço predominaram. Mas, para além desse fato, o Brasil jogou muito bem. Conseguiram colocar a bola no chão, sem muitas dificuldades, sacaram bem (quando não eram imprecisos) e bloquearam categoricamente. A distribuição do levantador Cachopa foi notável, que arriscou e acertou, especialmente com os centrais. 

O bom jogo do Brasil, e talvez mau jogo da Polônia, foi ilustrado pelo número de bloqueios e pontos de saque poloneses: zero em ambos. Isso significa duas coisas: uma linha de passe estável e uma leitura perspicaz do jogo pelo lado verde-amarelo. Diga-se de passagem, que a seleção polonesa não estava em uma noite iluminada, com um ataque ineficaz e passe inconstante. Com isso, a seleção brasileira conseguiu abrir 2 sets a 0. 

As mudanças polonesas

Para o terceiro set, a Polônia entrou em quadra com mais da metade do time mudado. O técnico Nikola Grbić optou por colocar Kurek (oposto), Fornal (ponteiro), Semeniuk (ponteiro) e Kłos (central). Essas alterações trouxeram melhoras substanciais para o time polonês, que finalmente conseguiu marcar o primeiro ponto de bloqueio e de saque. 

fornal destaque
O ponteiro Fornal foi destaque pelo lado polonês, marcando 12 pontos. Foto: Volleyball World.  

Os poloneses conseguiram forçar por meio do saque, desestabilizando o Brasil – que só conseguiu marcar 8 pontos de ataque. Além disso, eles começaram a defender bastante, o que dificultou a virada de bola brasileira e propiciou contra-ataques da Polônia. O que deu uma trégua para o time brasileiro foi o alto número de erros da seleção europeia, mas a Polônia não deu muitas chances para os brasileiros, e fechou o set com uma certa facilidade. 

A volta do ataque brasileiro

No quarto e último set, a virada de bola do Brasil voltou a ser efetiva. E, além disso, o bloqueio brasileiro que não funcionou bem na terceira parcial, voltou a fazer a leitura correta do adversário. Dessa maneira, conseguiram anular vários ataques do oposto Kurek, um dos jogadores mais experientes, e destaque na partida. 

Houve um momento que os brasileiros se aproveitaram da fragilidade da Polônia, especialmente no passe, e conseguiram abrir uma margem de 7 pontos. Mas isso durou pouco, e, com uma melhora pontual do time polaco, logo se viu o placar apertar, com a diminuição da vantagem verde-amarela para apenas 1 ponto.

Com o placar de 22 a 23, a seleção brasileira não hesitou. Cachopa, inteligentemente, distribuiu as bolas finais para os definidores, Leal e Alan, que viraram sem dificuldade, e concederam a vitória para o Brasil.