Brasil faz sua melhor campanha dos Pan-Americanos e conquista 171 medalhas

por
João Pedro Freitas
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20/11/2019 - 12h

Por João Pedro Freitas
24 SET 2019- 17:00 BRT

Na 18ª edição dos Pan Americanos, o país alcançou sua melhor campanha na
história apesar de levar apenas 486 atletas, a menor delegação desde 2003 e
voltou ao segundo lugar após 56 anos (a última vez havia sido no Pan de São
Paulo, em 1963). Os brasileiros também superaram o seu recorde de medalhas
totais, em 2007-Rio de Janeiro foram 157 obtidas, enquanto desta vez 171. O
Brasil pode comemorar também o aumento do número de modalidades em que
foi ao pódio: foram 41, contra 40 em 2007. A melhora no desempenho foi
impulsionada pelo ótimo aproveitamento do país em competições individuais.
Pela quarta vez seguida, a natação foi o esporte com mais medalhas para o
país: 30, sendo 10 de ouro. O país garantiu, pelo Pan, um lugar na Olimpíada
no handebol, hipismo, tiro com arco, tênis de mesa, tênis, pentatlo e vela, mas
acabou eliminado no handebol masculino e no tiro esportivo.

Encerramento
Créditos: Comitê Olímpico Brasileiro

Nesses 19 dias de Pan, o Brasil demonstrou dominância em algumas
modalidades, surpreendeu em outras, mas também decepcionou onde era
favorito e viu medalhas escaparem. Os pontos positivos ficam nos ouros
inéditos no badminton, boxe feminino e taekwondo feminino. Outra grata
surpresa foi o basquete feminino, que reconquistou o ouro após 28 anos, ao
bater os EUA na final.

Crédito: Globo Esporte
Créditos: Globo Esporte

Vale lembrar que no fim do ano passado, o Bolsa Atleta sofreu um corte de 47,5% do
auxílio, com o objetivo de reduzir custos, o que acabou com o benefício de 2.771
esportistas. No entanto, como parte das ações dos 100 primeiros dias do novo
governo, houve um aporte de R$ 70 milhões ao programa, revertendo o corte sofrido,
e em abril foi registrada uma lista com 3.142 novos contemplados. Dos 485
integrantes da delegação brasileira no Peru, 333 eram bolsistas, o equivalente a 70%,
além disso, das 171 medalhas conquistadas pelo país, 141 vieram dos beneficiários.
O investimento federal nestes atletas é de R$ 14,6 milhões

A goleira Renata Arruda foi um dos destaques na final que rendeu o hexa ao handebol feminino: recém-incluída no Bolsa Atleta. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br
A goleira Renata Arruda foi um dos destaques na final que rendeu o hexa ao handebol feminino: recém-incluída no Bolsa Atleta. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br

Agora o próximo passo é a Olimpíada de Tóquio, que tem início no dia 24 de
julho do ano que vem. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) não traça metas de
medalha ou posição no quadro de medalhas, mas é claro que há a expectativa
de fazer história nos Jogos e superar os 19 pódios conquistados na Rio 2016.
Com a inclusão de surfe e skate no programa de provas, as chances
aumentam. “Vamos aguardar até o final deste ano, após os Mundiais, para fazermos
algumas projeções de resultados, mas um dos objetivos é seguir aumentando o
número de esportes com medalha, que foram 12 nos Jogos da Rio-2016. A
gente já vem trabalhando em Tóquio há bastante tempo. O objetivo é chegar a 2020 com tudo pronto
para alcançar a performance que a gente almeja. A gente sempre quer ser
melhor”
, disse Christian Dawes, do Departamento de Comunicação do COB.
Ele também opinou sobre o desempenho histórico no Pan de Lima: “O COB
tinha a convicção de que o resultado seria muito bom. Depois de 56 anos voltar para
o segundo lugar geral é muito importante. Apresentamos evolução em vários
esportes, tendo aumentado o número de modalidades que foram ao pódio.
Esse é um trabalho que vem sendo desenvolvido há algum tempo, de firmar
parcerias com as confederações e tentar entender as necessidades de cada
uma delas. Vale destacar a conquista de 29 vagas olímpicas para Tóquio 2020,
que foi o principal objetivo do COB alcançado em Lima”
, completou.