No último domingo (26), Brasil voltou às quadras do Maracanãzinho, para disputar o último jogo da primeira semana da Liga das Nações. Em um confronto contra a seleção italiana, os brasileiros perderam de 2 sets a 3, com parciais de 25/17, 15/25, 25/22, 17/25 e 13/15. Foi um jogo no qual ambos os lados apresentaram instabilidade.
O time titular do Brasil veio diferente em relação aos dois primeiros jogos. O levantador que iniciou como titular foi Cachopa, ao invés de Bruninho. O resto da equipe foi composta por Darlan (oposto), Lucarelli e Leal (ponteiros), Flávio e Lucão (centrais) e Thales (líbero). Como aconteceu em todos os jogos, o técnico Bernardinho se utilizou da inversão do 5x1, quando o levantador reserva (Bruninho) entra no lugar do oposto e o oposto reserva (Alan) entra no lugar do levantador. O maior pontuador, e destaque da partida, foi Leal, que somou 17 pontos.
O início ideal brasileiro
Assim que o jogo começou, a seleção brasileira pecou em erros não forçados, em especial no saque. Isso deu uma trégua para os italianos, que conseguiram acompanhar o Brasil.
No meio do set, os brasileiros ajustaram o saque e conseguiram pressionar ainda mais os italianos, que já estavam com uma linha de passe fragilizada. A combinação de uma defesa boa, decisões inteligentes, ataque efetivo, erros italianos e um bom serviço, o Brasil conseguiu abrir o placar.
O destaque do set foi para o bloqueio brasileiro. No total, foram 7 pontos neste fundamento, contra 0 da Itália. Por causa da vulnerabilidade do passe, os atacantes italianos se esforçaram no ataque, mas tomaram decisões ruins. A maioria dos jogadores de extremidade (ponteiros e oposto), em especial o ponteiro Michelleto, tiveram dificuldade para passar pelo bloqueio adversário.
Os principais pontuadores brasileiro foram Darlan e Leal, ambos com 5 pontos.
Os erros tomam conta da partida
Os brasileiros voltaram à quadra no segundo set muito diferentes em relação ao primeiro. Após um início equilibrado entre as duas seleções, o Brasil começou a errar em demasiado. Com decisões questionáveis como ataques para fora, enfrentamento do bloqueio, golpes de vista errados e erros de recepção, a seleção brasileira viu a Itália abrir, e muito.
O mérito foi total dos italianos, que retornaram ao jogo com outra atitude. Tudo que erraram em primeiro momento, conseguiram consertar. A principal mudança foi parar de enfrentar o bloqueio brasileiro, o que aumentou a efetividade dos ataques. Começaram a defender, sacar e bloquear bem, anulando diversos ataques do Brasil. O levantador Gianelli, como é de sua natureza, conseguiu surpreender várias vezes com golpes de segunda.
Do lado brasileiro, com exceção de Leal, o time estava apático, e exalava preguiça para jogar. Bernardinho até tentou uma inversão de 5x1, que funcionou bem, na medida do possível, mas foi prontamente desfeita.
Os italianos levaram com facilidade o set, e ganharam com 10 pontos de vantagem.
Os novos talentos italianos brilham
A Itália iniciou o terceiro set com um jogo igual ao primeiro set. Isso permitiu que o time brasileiro abrisse muito o placar, não porque estavam jogando bem, mas sim por causa do excesso de erros italianos.
O técnico Ferdinando De Giorgi, ao observar o cenário de sua seleção, realizou uma decisão que mudou o rumo do jogo. Após dois dos principais atacantes da Itália, Romanò (oposto) e Lavia (ponteiro), serem bloqueados, Di Giorgi prontamente os substituiu. No lugar deles, entraram dois nomes inusitados: Luca Porro (ponteiro de 22 anos) e Alessandro Bovolenta (oposto de 20 anos).
Essa substituição foi o que a Itália precisava naquele momento. A diferença no placar que chegou a ser de 7 pontos caiu para 2.
Os brasileiros ainda conseguiram ganhar o terceiro set, mesmo com uma melhora substancial italiana. A seleção fez uma parcial mediana, com ataques ineficazes e decisões ruins do levantador Cachopa – que insistiu com jogadores que não estavam bem, como Darlan.
Itália prevalece
A confiança conquistada no terceiro set fez com que o time italiano engatasse e terminasse o quarto e quinto set em alta. Com o reforço dos novos talentos, um saque forçado e boa defesa, a Azzurra venceu o jogo com certa facilidade.
No lado do Brasil, a situação era o oposto. Bernardinho não utilizou seu banco de reservas. Talvez, ele deveria ter seguido o exemplo de Di Giorgi e ter depositado confiança nos jovens talentos, como Lukas Bergmann, Arthur Bento e Judson, que foram convocados, mas tiveram uma participação limitada.
Ao final do quinto set, um erro grotesco da arbitragem antecipou a derrota brasileira.
O placar estava 14 a 13, com vantagem para Itália. Brasil sacou. A recepção italiana não se saiu bem e o levantador Gianelli conseguiu jogar no bloqueio brasileiro e fez com que a bola voltasse para a quadra Azzurra, com cobertura dos jogadores de fundo. O problema veio pela precipitação dos árbitros, que entenderam que a bola tinha caído no chão – o que, claramente, não aconteceu. Os italianos, portanto, pediram desafio, sucederam e o ponto teve que voltar. Nessa segunda chance de fechar o jogo, a Itália não titubeou, fez uma recepção boa, e conseguiu pontuar sem problemas.
Os torcedores e time brasileiro ficaram indignados com o erro. Mas, talvez se Bernadinho e seus comandados tivessem feito escolhas mais inteligentes, não dependeriam do acerto dos árbitros para decidir seu destino.
O Brasil volta a jogar na próxima terça-feira (4) às 00:00, contra a Alemanha, em Fukuoka (Japão).