Na madrugada da última quinta-feira (06), o Brasil voltou à quadra para disputar seu segundo jogo, válido pela segunda semana da Liga das Nações. Dessa vez seu adversário foi o Irã, uma seleção traiçoeira, que sabe aproveitar os momentos de instabilidade dos rivais. O jogo terminou em 3 sets a 1 para o Brasil, com parciais de 25/19, 22/25, 25/16 e 25/23.
O time titular inicial foi Cachopa (levantador), Alan (oposto), Lucarelli e Leal (ponteiros), Isac e Lucão (centrais) e Thales (líbero). A novidade da semana foi a presença do levantador Brasília no lugar de Bruninho, que está com uma lesão na panturrilha esquerda. O técnico Bernardinho utilizou pontualmente a inversão do 5x1, que funcionou bem. O maior pontuador da partida foi o oposto Alan, com 20 pontos.
Um resquício do jogo passado
O jogo começou com equilíbrio entre as duas equipes, por causa dos diversos erros de saque de ambos os lados. A seleção brasileira conseguiu abrir o placar, a partir do 6º ponto, devido às imprecisões de ataque e serviço iranianos.
Os jogadores brasileiros conseguiram desestabilizar o Irã a partir de um fundamento que estava fraco na primeira semana de Liga das Nações: o saque. Desde o jogo contra a Alemanha, foi perceptível a evolução que esse fundamento teve. Em nenhuma partida da primeira etapa, no Rio de Janeiro, esse princípio foi tão efetivo como nesses dois primeiros jogos da segunda semana.
O destaque foi o central Lucão, que sempre teve um saque forte, mas ultimamente estava impreciso, com baixo aproveitamento. Entretanto, nessa segunda etapa, ele conseguiu encaixar o serviço novamente e, a cada passagem sua pelo saque, o Brasil conseguia abrir o placar.
A seleção brasileira fez um set adequado, com decisões inteligentes e boas defesas. O único fundamento que pecaram foi o bloqueio. Não conseguiram ler os ataques iranianos e se posicionar corretamente, assim não marcaram nenhum ponto.
O maior pontuador dessa parcial foi Isac, com 4 pontos.
Quem arrisca, petisca
O segundo set começou diferente. A seleção iraniana entrou em quadra com outro espírito. Eles começaram a arriscar no saque e no ataque. Chegaram a abrir 4 pontos no início da parcial, e sustentaram essa diferença até o final.
Os jogadores brasileiros sentiram a pressão. Erros sucessivos de passe, leitura equivocada do bloqueio – o que permitiu que o principal jogador iraniano, Amin, brilhasse –, caída da efetividade do saque e até erro de posicionamento propiciaram um começo de set muito abaixo do Brasil.
O único momento que a seleção brasileira conseguiu alcançar seu rival foi no período de instabilidade iraniana. O Irã começou a errar bastante no meio do set, o que permitiu um desafogo brasileiro, e até alguns pontos de bloqueio. A inversão de 5x1, especialmente com a entrada do oposto Darlan, ajudou a melhorar a parcial. Mas nada impediu a vitória iraniana. O set acabou em 25/22 para o Irã.
Irã erra e entrega o jogo
A vitória brasileira foi no detalhe. Após o terceiro set, no qual a seleção iraniana errou demais em quase todos os fundamentos e perdeu por 25 a 16, o quarto e último set foi praticamente entregue para o Brasil.
O time brasileiro não jogou no nível esperado. Eles erraram muitos ataques, enfrentaram o bloqueio iraniano – que estava bem -, e não conseguiram defender nem bloquear, em contraste com o terceiro set. A sorte do Brasil foi que o Irã estava impreciso, especialmente no ataque e saque, e desperdiçaram muitas chances de pontuar.
Esse excesso de equívocos iranianos propiciou uma vitória brasileira. O final do jogo foi decidido mais por demérito do Irã, do que mérito do Brasil, com a última parcial sendo de 25 a 23 para os brasileiros.