Boravê Futebol clube: O outro lado do futebol de várzea

A história de um time do bairro da Pompéia que luta para se destacar no futebol de várzea
por
Gustavo Catriz
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19/04/2025 - 12h

O futebol de várzea sempre foi um futebol igual ao futebol profissional em questões de qualidade de bola, porém, é marginalizado e subestimado no cenário do futebol brasileiro.

O futebol de várzea começou no início do século passado e começou como um esporte acessível para todos, em que ao invés de ser um time profissional foi construído através de camadas mais carentes no país, os times podem ser formados de diversas maneiras, como por exemplo um time formado pelo bairro, um time formado por amigos da escola, amigos do trabalho, um futebol amador, que não necessariamente precisa de tanto esforço como no futebol profissional.

Mas surge um time diferente dos outros times de várzea, o Boravê [AF1] [GNM2] Futebol Clube nasceu na Vila Pompéia no ano de 2019, diferente de outros times do futebol da várzea, o time cresceu de uma origem afortunada e com privilégios que outros times não tiveram, foi com uma ideia de amigos que o Boravê começou e foi se inscrevendo e vencendo campeonatos como a “Copa Team Stars Playball” em 2023, a “Copa Amstel” em 2024, a “Copa Chuteira de ouro juniores” em 2024 e a “Copa Chuteira de Ouro Cinco” em 2024.

O professor Davi Pacheco que cursa educação física na Universidade Paulista, relata que as principais dificuldades que enfrentou no Boravê foi montar um time competitivo que tenha entrosamento entre os companheiros de equipe, mantendo e melhorando a qualidade de bola dos jogadores.

Ele diz que o futebol de várzea é marginalizado pela sociedade por conta da falta de oportunidades que esses jovens tiveram em sua carreira e vão para a várzea para competir e colocar o amor em prática no campo, embora os jogadores e o técnico tenham compromissos, ele coloca o time em primeiro lugar, sempre ter disponibilidade e afinco ao exercer o cargo. Pacheco pensa também em migrar para o futebol profissional e treinar times profissionais.

Também em uma entrevista com o zagueiro do time Reali, ele afirma que a principal dificuldade de um atleta de várzea entrar para o profissional é a intensidade do jogo que são diferentes, em que o preparo físico, emocional e de gestão não são aplicadas de forma adequada no futebol de Várzea, em que o atleta no futebol profissional é mais que um atleta, mas sim uma marca que sua imagem vale muito além do que é mostrado em campo.

Reali diz que a rotina de um jogador da várzea é quase a mesma de uma pessoa comum, a única coisa que diferencia é a rotina é o preparo físico e alimentação reforçada, ele diz que muitas pessoas não seguem no futebol por conta de ser muito difícil chegar no futebol profissional, por isso, muitos deles desistem do sonho e vão trabalhar e estudar para conseguir o seu sustento.

O futebol de várzea é sim um futebol que não tem a melhor das estruturas, porém, o amor pelo time é o que sustenta a alma do clube, muitos atletas da várzea fazem muito mais por um time do que um jogador de um time alto do profissional, que só pensa no dinheiro e voltar para a casa rico, a alma do futebol está aí e pode não ter um corpo perfeito, mas sim uma alma incrível.