Black Friday estimula consumo em todos os setores

por
Sarah Santos
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02/11/2019 - 12h
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Compras - foto: divulgação

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o 13º salário vão ajudar os brasileiros a comprarem na Black Friday. Para muitos, será a chance de antecipar as compras de Natal gastando menos. A última sexta-feira de novembro é conhecida como o dia de maiores descontos no comércio. Aqui no Brasil essa prática tem ganhado força e deve quebrar recordes este ano.

“É uma data cada vez mais importante, a terceira maior para o varejo, ficando atrás do Natal e do Dia das mães”, diz Guilherme Dietze, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As festas de fim de ano trazem consigo um aumento na contratação de trabalhadores temporários. No estado de São Paulo, este crescimento deve ser de quase 8% em relação ao mesmo período do ano passado, o que resultará em 33 mil novos empregados, de acordo com a FecomercioSP. O desemprego tende a permanecer entre 12 e 13%, prevê Marcos Henrique do Espírito Santo, economista e professor de economia do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

Ele comenta que medidas rápidas como contratos temporários não têm “fôlego” para melhorar o mercado de trabalho. “Por um lado, pode melhorar a vida de milhares de pessoas em um curto prazo, mas, no longo prazo, precisa-se pensar para além destas ocasiões pontuais, deve-se pensar em um plano de recuperação de emprego e de renda, para assim criar mais perspectivas para os empresários investirem”, completa. 

A Black Friday veio para o Brasil em 2010, importada dos Estados Unidos. “Nos últimos três anos, excluindo a recessão, ela vem aumento bastante”, diz Espírito Santo. Uma evidência disso é a pesquisa realizada pela plataforma de comércio eletrônico ZOOM que constatou que, dos quatro mil entrevistados, 95% pretendem consumir algum produto na data e 59% poupam ao longo do ano para aproveitar os descontos oferecidos.  

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No começo, a maquiagem dos preços chamou a atenção dos consumidores. Black Fraude e Metade do Dobro foram alguns dos apelidos que a data ganhou. “Eu acho impossível eliminar essa maquiagem, pois alguns comerciantes encaram como estratégia de venda, mas ao longo dos anos a tendência é que vá diminuindo”, acrescenta o professor da FMU. A respeito disso, Dietze diz que “até o monitoramento dos preços acontecerem, houve uma descrença na data”. 

O assessor da FecomercioSP conta que a expectativa para este ano é positiva, com mais gente empregada, inflação controlada, melhor condição de crédito e os empregos temporários.

Uma pesquisa realizada pelo Google em parceria com a consultoria Provokers mostrou que benefícios como condições especiais e cupons de desconto ganham relevância e atraem os consumidores para esta data. “A intenção de compra aumentou 58% para este ano, a inflação caiu muito rápido, o que dá uma aparência de crescimento na renda e no poder de consumo” afirma Espírito Santo. “O brasileiro olha para o valor da parcela, sendo muito mais disposto a usar o cartão de crédito”, acrescenta.

A pesquisa do Google e da Provokers indicou a previsão de gastos de R$ 1.330 por pessoa. Além disso, constatou que as vendas do comércio eletrônico irão se igualar às do varejo (lojas físicas). O assessor da FecomercioSP, no entanto, diz que está relação é distante. “O que pode acontecer é haver o mesmo crescimento nos dois segmentos. O varejo é superior ao eletrônico. O que vem ocorrendo é a ampliação do setor virtual, enquanto o físico já possui todos os aspectos desde vestuários, farmácias, supermercados e turismo”, completa. 

O nome Black Friday surgiu nos anos 1900 na Filadélfia, EUA, onde o dia seguinte à Ação de Graças era considerado a sexta-feira do caos devido aos muitos congestionamentos nas ruas. Além disso,  por inaugurar as compras natalinas, as lojas abriam mais cedo para atrair cada vez mais consumidores, tornando o termo popular em 1975. 

Com o aumento da venda online, vale observar algumas dicas de como fugir de fraudes. Consulte a reputação da loja, pesquise avaliações em sites como Reclame Aqui e nas redes sociais das empresas; veja a lista de sites suspeitos do Procon-SP; suspeite de descontos muito grandes; não use wifi compartilhado; deixe seu antivírus ligado; verifique se o site é seguro e, por último, cuidado com promoções via e-mail, que frequentemente são falsas.