Ter um animal de estimação traz inúmeras qualidades como alegria em casa, união na família e vínculo afetivo. Os pets ajudam as pessoas a superarem fases difíceis em sua vida com todo o amor e companhia que oferecem para aqueles que os recebem bem. A Azabu University, do Japão, realizou um estudo que revela que uma mascote estimula a produção de ocitocina, hormônio responsável pela sensação de bem estar no ser humano. A pesquisa ainda consta que a convivência com pets ajuda a reduzir a produção do cortisol, o hormônio do estresse e aumenta a produção de dopamina, que em baixa quantidade causa depressão.
A psicóloga Janaína Rosa Generali explica que eles são ótimos motivadores. Através das carências do animal, a pessoa precisa vencer as dificuldades impostas por uma depressão ou crise para sustentar o bichinho: “isso ajuda a tirar o foco daquele estado de humor patológico. O ser humano é obrigado a levantar da cama e sair de casa para atender as necessidades do animal. São fatores básicos que muitas vezes são prejudicados em doenças psiquiátricas”.
Generali ainda menciona que alguns animais necessitam de atividades físicas constantes e por eles dependerem de alguém para leva-los, consequentemente seus donos acabam se exercitando também, o que acaba fazendo bem para a saúde de ambos os lados.
Os animais de estimação têm seu papel na formação do caráter de uma pessoa desde a infância. Além das relações familiares, a criança aprende a relação de afeto com outro ser vivo, que é amoroso sem esperar nada em troca. Também é desenvolvida a responsabilidade e empatia. Janaína aponta: “crianças aprendem que o animal depende de alguém para as coisas mais básicas como se alimentar e tomar banho. Só de observar os pais ou os responsáveis cuidando do bicho, esse senso de responsabilidade é despertado, e ela mesma vai podendo assumir funções de cuidado com esse animal. Além disso, gera uma capacidade empática e a faz entender que o outro ser não sobrevive sem o próximo”.
A vendedora Ingrid Nogueira conta como adotar suas gatas a ajudou a superar a ansiedade: “estava em uma época muito difícil da minha vida, de extrema ansiedade, prestando vestibular e odiava meu emprego. Eu acordava e não tinha vontade de fazer nada. Até que um dia eu e minha mãe decidimos adotar uma gata, mas saímos de lá com duas, Jujuba e Ravena. Nesse dia, minha vida mudou. Se eu não saio da cama, a Jujuba mia e pede carinho até eu levantar. Ela não desgruda de mim. Se estou no Home Office, ela fica no meu colo, se eu vou pra cozinha, ela vai atrás e até no banheiro, ela fica na porta me esperando sair. Ela me fez repensar a vida e seu sentido. Se eu pensar em fazer qualquer besteira comigo, eu desisto na mesma hora porque eu penso nela e sei que ela não vive sem mim. Parei de tomar remédios para ansiedade por causa dela. Ela é minha âncora”.
A médica veterinária odontologista Helena Di Creddo explica essa relação de codependência: “a partir do momento que a gente humaniza os animais, criamos neles uma dependência emocional de nós. E com isso, do mesmo jeito que somos companhia para eles, eles são nossos companheiros. Os animais veem em nós a fonte de vida deles, por isso muitos nos seguem por toda a casa”.
Não só ajudam no psicológico, mas também são importantes no processo de socialização. Um bom exemplo é a possibilidade no fortalecimento dos laços familiares, quando o animal mobiliza todos para cuidarem dele e a desenvolverem esta responsabilidade. Também é possível conhecer pessoas ou até fazer amizades em função de um animal de estimação. Inicialmente o assunto pode ser o bicho, porém existe a possibilidade de evoluir para outro e se tornar uma relação de confiança.
Helena ressalta a importância para a saúde humana de deixar uma criança crescer em um ambiente com animais: “tendo contato desde cedo com a natureza e com os animais, o risco de desenvolver alergias e doenças graves no futuro são menores pois já foi feito o contato e a criança passa a ter uma certa imunidade”.
Janaína termina lembrando que animais de estimação são de grande importância para os idosos, que muitas vezes se sentem inúteis e sozinhos: “o principal impacto que eles causam na vida desse grupo é “sentir-se necessário” continuar se vendo numa posição de protetor. Em muitas vezes o ciclo da vida se inverte e os idosos passam em dado momento a se tornar dependentes dos mais novos e ter um animal que depende de seus cuidados pode ajudar a mantê-los numa posição de cuidadores”. Além disso, animais são excelentes companheiros e podem preencher uma sensação de vazio e solidão, que pode acometer qualquer pessoa, mas especialmente os idosos.
Diante desses apontamentos, é possível concluir que pets são de grande importância para a formação de uma pessoa, mas também são essenciais para ajudar em situações especiais, desde uma dificuldade física até uma doença psíquica. Vale mencionar que eles também são ótimos não só em momentos tristes como também nos felizes: brincar, caminhar para relaxar ou dormir em um dia chuvoso.
Cabe aqui mencionar que existem diversos desses animais precisando de um lar e apenas esperando alguém que os dê a oportunidade de amar. Dê preferência a adoção. Na maioria das vezes são animais que já sofreram e esperam ansiosamente por carinho humano.
Conheça algumas ONGS no Brasil que possuem animais para adoção:
-Patinhas Unidas Brasil
https://www.patinhasunidas.com.br/
-UIPA (União Internacional Protetora dos Animais)
-Vira Lata é Dez