No último sábado (25), Barcelona e Olympique Lyonnais protagonizaram a final da Champions League Feminina 23/24, com o time espanhol vencendo por 2 a 0, conquistando o bicampeonato consecutivo, com gols de Aitana Bonmatí e Alexia Putellas. A decisão foi a terceira entre as duas equipes, repetindo as finais de 2021 e 2023, e marcou o primeiro triunfo das atuais campeãs sob a equipe francesa, em qualquer competição.
O cenário do futebol feminino europeu é dominado pelas finalistas há cerca de nove anos e todos os títulos desde a temporada 2015/16 foram divididos entre as duas equipes – foram seis para o time francês e três para o catalão. Nas 21 edições, o Lyon é o maior campeão, de forma isolada, com oito títulos; com a vitória do final de semana, o Barcelona assumiu a terceira posição do ranking, com três títulos no total, atrás apenas do Frankfurt – que tem quatro.
A partida aconteceu no estádio San Mamés, – casa do Athletic Club – em Bilbao, na Espanha, e contou com 50.827 espectadores, quebrando o recorde de público em uma partida na competição. Até então, o detentor desse feito era a vitória do Lyon sobre o 1.FFC Frankfurt, na final de 2012, que contou com 50.212 torcedores, no Estádio Olímpico de Munique.
CAMINHO ATÉ BILBAO
O Barcelona defendia o título e foi líder do grupo A da competição, que também tinha Benfica, Eintracht Frankfurt e FC Rosengård, da Suécia. Com 27 gols marcados, cinco sofridos e 16 pontos, – três vitórias e um empate na última rodada – a equipe passou para a fase eliminatória sem grandes dificuldades. Nas quartas de final, o Barça enfrentou o Brann, da Noruega, com duas vitórias, e passou pelo Chelsea na semifinal, sendo derrotado por 1 a 0 no jogo de ida e vencendo por dois gols no jogo de volta.
Do outro lado, o Olympique Lyonnais também liderou seu grupo, com 14 pontos – foram quatro vitórias e dois empates. A equipe francesa marcou 25 gols e sofreu apenas cinco na fase inicial. O grupo B foi formado pelo Slavia Praga, o Brann, da Noruega, e também pela equipe austríaca St. Pölten. A equipe eliminou o Benfica, vencendo os dois jogos nas quartas e avançou para a final em um clássico confronto nacional, contra o Paris Saint-Germain, também com duas vitórias.
A GRANDE FINAL
Mesmo em um primeiro tempo sem gols, o jogo ficou longe de ser monótono. As duas equipes chegaram muito perto, mas desperdiçaram boas chances. Em uma partida disputada, o Lyon perdeu uma chance muito importante, aos 13’. Depois da goleira Cata Coll sair mal do gol, Wendie Renard chutou na trave, a camisa 10 holandesa Van De Donk até tentou no rebote, mas a bola passou por cima do travessão.
Aos 27’, depois da boa chance de Patri Guijarro e da defesa de Christiane Endler, Bacha salvou a tentativa, em cima da linha. A lateral impediu um gol contra da companheira Lindsay Horan, que recuou a bola, sem querer, em direção a marca.
No segundo tempo, aos 18’, a equipe catalã finalmente conseguiu abrir o placar. Depois de passe de Mariona, Bonmatí abriu o espaço, percorreu a área e, chegando da linha de fundo, chutou cruzado, a bola desviou na zagueira Gilles e deixou a goleira chilena Endler, dessa vez, sem chance de defesa.
Depois do gol, o jogo seguiu equilibrado, com boas chances para os dois lados. Porém, a vantagem de apenas um gol era perigosa e fez com que a equipe catalã sofresse pressão do Lyon no final do jogo, com boas tentativas da atacante Diani Kadidiatou pelo lado direito, e também com cabeceios da zagueira Renard.
Alexia Putellas iniciou o jogo no banco de reservas por não estar 100% fisicamente e ainda sofrer com dores no joelho esquerdo, depois de uma grave lesão e duas cirurgias no local. Porém a entrada da ‘Reina’, nos acréscimos, junto com a jovem atacante Claudia Pina foi fundamental para o Barça matar o jogo.
Aos 50’ da segunda etapa, apenas três depois da substituição, as duas foram as grandes responsáveis pelo segundo gol do Barça. A lateral Ona Battle – que também entrou no segundo tempo – lançou a bola para Pina, que cruzou na área, Putellas recebeu e, de perna esquerda, soltou uma pancada no fundo da rede, decretando o título continental à equipe.
PÓS JOGO
Ao final da partida, em entrevista à UEFA, os técnicos deixaram suas considerações sobre o confronto. Para Jonatan Giráldez, técnico do Barcelona, a equipe fez um trabalho fantástico, com e sem a bola: “Sofremos nos últimos minutos com a pressão do Lyon, mas estou orgulhoso de todas elas. Quando anunciei que ia sair no final da temporada, as pessoas pensaram que o desempenho poderia baixar, hoje demonstrámos que não era esse o caso. Tivemos uma vitória merecida”.
Para a treinadora do Lyon, Sonia Bompastor, as chances perdidas eram fundamentais para ganhar: “A desilusão é grande, e perder uma final é muito difícil, mas o Barça fez um grande jogo. Precisaríamos ter feito uma partida perfeita para ganhar, mas a nossa falta de eficácia ofensiva nos custou caro. Defensivamente, precisávamos de um bloco mais alto e mais agressivo, controlar o jogo e ter a posse de bola. Fizemos em alguns momentos, mas quando o conseguimos, não o matamos e não fomos eficazes”
CAMPIOOONEEEESS, OLEEEE, OLEEEE, OLEEEEEEEEEEEEE pic.twitter.com/SgRNqxbYUm
— FC Barcelona Femení (@FCBfemeni) May 25, 2024
O Barcelona coroa a temporada, com o quarto título do ano. A conquista da Liga dos Campeões se junta ao da Liga F, a primeira divisão do campeonato espanhol feminino, da Supercopa da Espanha e da Copa da Rainha.