O longa-metragem “Barbie” (2023), dirigido pela norte-americana Greta Gerwig — conhecida por “Lady Bird: A Hora de Voar” (2017) e “Adoráveis Mulheres” (2019) — foi o primeiro filme de uma diretora solo a arrecadar US$1 bilhão. O recorde — apesar da greve dos roteiristas e de concorrência com outras estreias — consolidou “Barbie” como uma das franquias mais lucrativas da indústria cinematográfica. No Brasil, o filme já atingiu os R$189 milhões de bilheteria e detém a maior arrecadação do ano da Warner Bros. Pictures até o momento.
Mesmo com a greve em Hollywood ainda em andamento, o filme mantém um desempenho estável nos cinemas. O protesto, que começou no dia 2 de maio, já dura mais de dois meses. Recentemente, a categoria dos atores também decidiu aderir à greve, no dia 13 de julho.
As reivindicações envolvem salários mais dignos, revisão de ganhos residuais por streaming, regulamentação do uso da IA, entre outros. Para os atores, o principal motivo da entrada na greve é a utilização da Inteligência Artificial, que prevê substituir os artistas por imagens digitalizadas — com o intuito de baratear o custo das produções e eliminar atores e atrizes de papéis secundários. Esse problema afeta toda a classe, como dubladores e figurantes, por exemplo.
A classe dos diretores não participa ativamente da greve, portanto, podem continuar na divulgação de seus projetos. Porém, durante a pré-estreia de ‘’Barbie’’ em Los Angeles, Greta se posicionou a favor da greve, completando que ‘’nada em Hollywood acontece sem os roteiristas’’. Margot Robbie, a intérprete da boneca, é também uma das integrantes do Sindicato de Atores (SAG-AFTRA) e fez questão de frisar que apoia o movimento quando questionada sobre a sua posição enquanto atendia os admiradores na pré-estreia em Londres.
‘’Barbie’’ quebrou as expectativas em Hollywood – principalmente por disputar sua estreia com ‘’Oppenheimer", de Christopher Nolan. Um detalhe que chamou a atenção do público foram as críticas feitas por sites de renome. Citando o jornal Estadão, o colunista Matheus Mans escreve ‘’ (...) é uma insistência em colocar mulheres em padrões pré-definidos, a constatação do absurdo que é o ‘mansplaining’ e por aí vai’’.
A crítica refere-se à escolha da diretora, que, ao invés de seguir uma linha “Super Mario” — voltada para o público infantil — optou por uma narrativa dedicada ao público adulto e que explorou temas diversos, como a auto-descoberta, o empoderamento e as relações pessoais. E apesar de todas as salas de cinema estarem tomadas pelo barbiecore, o filme acabou causando problemas ao ‘’Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1’’ (2023) — trazendo prejuízos ao sétimo longa da franquia por não arrecadar o que o Skydance Media pretendia alcançar.
A greve e as duras críticas, porém, não foram um empecilho para a bilheteria do filme. Além de divulgações out of home, como vagão de metrô personalizado, houve muito marketing natural, impulsionado pelo frisson do lançamento, com vitrines de lojas em cor de rosa e a comercialização de diversas opções de itens com a marca estampada, que foram desde acarajé rosa até pizza doce rosa com muito glitter. E falando em mídia out of home, é possível também agendar uma visita na mansão rosa da Barbie, montada no Shopping JK Iguatemi. A exposição, intitulada “Barbie Dreamhouse Experience’’, em parceria com a Mattel, ocupa um espaço de 650 metros quadrados e conta com cenários em tamanho real. Até no café vendido na cafeteria montada no local reina o Barbie Pink, além de uma loja com produtos à venda relacionados ao universo da boneca. O evento começou no dia 13 de julho e se estende até 10 de setembro, com ingressos disponíveis no app ou site do Sympla que variam entre R$25 a R$70, a depender do dia da semana escolhido.