A Dinamarca enfrentou a Austrália nesta segunda-feira (7), em jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Mundo Feminina. As australianas levaram a vitória por 2 a 0, no Accor Stadium australiano, e se classificam para as quartas de final pela segunda vez em sua história. As dinamarquesas voltam para casa seguindo a tradição de não ultrapassar o mata-mata.
Esta foi a quinta vez que as australianas participaram de um mata-mata em Copa do Mundo, alcançando a fase em todos os torneios desde de 2007. As Matildas golearam o Canadá por 4 x 0, o que assegurou a liderança no grupo B e classificou o time para as oitavas. As jogadoras entraram na expectativa da estreia de Sam Kerr, atacante e capitã da seleção, que estava afastada da fase de grupos devido uma lesão na panturrilha.
A atacante australiana entrou em campo aos 80’ de jogo, em substituição de Hayley Raso, mas não fez nenhum gol. Entretanto, a presença garantiu o caminho aberto para a participação da capitã para o próximo jogo contra a França, no sábado (12), às 04:00 AM (de Brasília).
A partida começou com domínio da Dinamarca, que garantiu a posse de bola (56% a 44%) logo no início do jogo e investiu na marcação em cima das australianas. Aos 11’ de jogo, a seleção já tinha finalizado duas vezes, com destaque para a tentativa individual da artilheira Pernille Harder aos 16’, com uma boa roubada no meio de campo.
Mas quem abriu o placar foi a Austrália, aos 28’ do primeiro tempo, em um contra-ataque direcionado pela atacante Mary Fowler. Após colocar a bola nos pés da meio-campista Caitlin Foord, com um chute longo no meio do campo, a jogadora que corria a todo vapor para escapar da marcação dinamarquesa, conseguiu resgatar a bola já na área adversária e sozinha chutou entre as pernas da goleira Christensen, marcando o primeiro gol da seleção na partida.
Apesar da Dinamarca ter conseguido a maior posse de bola e o domínio da partida no início do primeiro tempo, as australianas se recuperaram com rapidez após perceber que teriam que criar as próprias chances contra a marcação adversária. As Matildas investiram em jogadas individuais e efetivas quando conseguiam a posse de bola, adentrando a marcação com apenas uma jogadora e puxando desafios “mano a mano”.
Nenhuma das duas seleções construíram muito no primeiro tempo, visto que as australianas tiveram que criar novas estratégias para virar o jogo e as dinamarquesas perdiam tempo em passes longos no meio do campo, e em seguida partiam direto para o ataque, como se estivessem tentando segurar as adversárias no meio, mas sem sucesso.
Aos 37’, Foord, camisa nove, tentou mais uma investida, mas a finalização bateu na defensora dinamarquesa Sevecke e saiu pela linha de fundo.
O segundo tempo foi a chance da Dinamarca tentar virar a partida a seu favor, mas continuaram cometendo o mesmo erro e a Austrália marcou seu segundo gol que garantiu a vaga nas quartas de final. Aos 70’, Fowler novamente prepara o ataque e chuta de dentro da área adversária. Van Egmond, camisa 10, dominou a bola no meio para Raso carimbar de perto do gol. Uma jogada coletiva que levantou o público.
Lars Sondergaard fez as cinco alterações possíveis no time da Dinamarca, que continuou tentando até o último segundo se recuperar no jogo e não perderam o foco em nenhum momento. Mesmo não sendo suficiente, a chegada das escandinavas nesta partida é um marco para a seleção, que não participa da Copa do Mundo a quatro anos e vai aposentar Pernille Harder tendo chegado a fase de mata-mata depois do torneio de 1995, no qual foi a sua última vez.
Por outro lado, as Matildas passam para a próxima fase para enfrentar a França, que tende a ser uma partida acirrada. A estatística de domínio das francesas, prevista pela FIFA, é de 44%, com 29% de chance de prorrogação. As australianas criam a sua chance por dominarem a habilidade de mudar a estratégia no meio do jogo para se recuperarem rápido de marcações e ataques adversários, como visto nesta partida, e pela previsão de volta da Sam Kerr aos campos, após sua participação nos últimos minutos de jogo.
A capitã do time joga no Chelsea e é amplamente conhecida como uma das maiores jogadoras de futebol atualmente. Kerr foi a primeira jogadora australiana (masculina ou feminina) a marcar um hat-trick em uma Copa do Mundo - de 2019 - participa do torneio desde 2011 e chegou a receber uma Medalha de Ordem da Austrália (OAM) por seus "serviços ao futebol".
Imagem de capa: Seleção Feminina da Austrália / Reprodução Trivela