Oito araras-azuis que foram reabilitadas em um centro de recuperação de animais silvestres na cidade de Curaçá, no norte da Bahia, serão soltas na natureza no dia 11 de junho, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A espécie (Cyanopsitta spixii) é nativa da Caatinga, bioma predominante na região e voltará a povoar o céu do sertão do São Francisco.
Catalogadas pela primeira vez em 1819 no interior da Bahia, no município de Juazeiro. Nas décadas de 60 e 80, as aves se tornaram alvo de criadores, caça e contrabando e junto a degradação de seu habitat, entraram em extinção. Com a legislação mais rígida, a caça e o tráfico da espécie se tornou crime, mas no ano 2000 já era tarde demais e restavam apenas sete exemplares da ave.
O governo brasileiro, neste período, em pareceria com organizações ambientais internacionais se responsabilizou por proteger as últimas representantes que sobreviveram à violência e, a partir de cruzamentos genéticos, a população das araras-azuis cresceu até o patamar para ser reintegrada ao seu habitat. Em março de 2020, 52 araras chegaram da Alemanha e da Bélgica e foram levadas para a unidade de conservação em Curaçá para serem preparadas para a reintegração à natureza.
Atualmente, mais oito exemplares voltarão para o seu lar no dia 11 de junho.
A ideia é que haja mais solturas nos próximos anos até que exista uma população estável da espécie, em liberdade, no norte da Bahia.
“Estamos vivendo uma crise global da biodiversidade e estamos perdendo muitas espécies em um prazo muito curto”, explica Camile Lugarini, coordenadora do projeto Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul. “A ararinha age como uma ave símbolo, que traz essa perspectiva da conservação e melhora desse habitat.”