No último jogo da terça-feira (6) e das oitavas de finais, Portugal eliminou a Suíça com um baile em cima de uma das melhores defesas desta edição da Copa do Mundo. O pré-jogo foi marcado pela polêmica do craque português Cristiano Ronaldo, que começou no banco, porém, a lembrança do jogo é a amarga sensação de falta de entrega dos suíços e o maior placar da história das oitavas de Copa.
Murat Yakin, técnico da Suíça, arriscou jogar em um 3-1-4-2, colocando Xhaka atrás, ao invés de jogar no seu clássico 4-2-3-1, modelo que garantiu a vitória da La Nati em cima da Sérvia e segurou o ataque brasileiro na única derrota da fase de grupos. Em tese essa mudança de posicionamento permitiria a Suíça jogar mais aberto e consequentemente ter mais oportunidades de criar chances gols, porém isso não se comprovou em campo.
No início do jogo a Suíça até colocou uma certa pressão nos portugueses, mas isso durou pouco. Aos 16 minutos, João Félix recebeu a bola de uma cobrança de lateral e passou na medida para Gonçalo Ramos, que colocou a bola em cima da cabeça do goleiro Sommer, no único ângulo possível desse gol acontecer.
Depois do golaço, a Suíça caiu de rendimento no jogo, aparecendo de vez em quando, principalmente em bolas paradas, como a falta cobrada por Shaqiri aos 30 minutos e o gol do zagueiro Akanji, que saiu em uma cobrança de escanteio.
O gol de Akanji já saiu com um gosto amargo, porque naquela altura o jogo já tinha virado um passeio dos lusitanos com 4 a 0 no placar. Os gols de Portugal foram marcados por Gonçalo Ramos - com direito a hat-trick e podendo pedir música no Catar -, Pepe, Raphael Guerreiro e Rafael Leão.
O apagão da Suíça aconteceu pelo posicionamento que Yakin tentou colocar no time, com uma linha de 5 para trabalhar as laterais, ideia que não deu certo. Além disso, ter colocado o melhor armador do time recuado ajudou a impedir que o meio de campo suíço passasse da primeira linha portuguesa, e permitiu passes entre linhas suíças, deixando a construção defensiva com apenas 3 defensores.
Após a derrota por 6 a 1, um dos principais nomes da seleção, o atacante Shaqiri se desculpou e afirmou que essa não foi a performance verdadeira do time. O jogador ainda alfinetou o técnico, afirmando que as mudanças também assustaram os jogadores, mas que eles aceitaram, afinal, foram feitas pelo técnico.
Yakin respondeu dizendo que a mudança não foi grande, acrescentando que o elenco treinou a formação em amistosos. A imprensa na Suíça não perdoou a fraca atuação do time, estampado nas manchetes que a derrota foi uma “humilhação” e uma “desgraça”.
No geral, foi um jogo de um time só, onde apenas a seleção portuguesa teve espaço e boas oportunidades. Os jogadores suíços tiveram um jogo individual abaixo do que costumam apresentar, os únicos que merecem destaque são Akanji, o autor do gol, e Sommer que apesar de ter tomado seis gols fez diversas defesas que evitou um placar ainda mais elástico.
A seleção suíça fez uma boa Copa, apesar do último jogo. Em um grupo considerado complicado, conseguiu superar a Sérvia, apontada como uma forte favorita a avançar em segundo no grupo do Brasil. A derrota e a eliminação vexatória para Portugal coloca uma interrogação nos suíços para o planejamento de ciclo pensando na próxima Copa e nas competições Europeias.