Após arquivamento de inquérito pelo MPF, Renato Aroeira comenta caso envolvendo uma de suas charges

“Mais um tiro no pé do governo”, afirma chargista que teve publicação investigada após associar o Presidente Bolsonaro à suástica nazista.
por
Carlos Kelm
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08/04/2021 - 12h

“Algumas pessoas começaram a me mandar solidariedade no zap”, Renato Aroeira conta que ficou incrédulo ao descobrir sobre o caso pela internet. Após se inteirar, o chargista revela que sentiu pânico: “eu não tenho nem advogado”.

 Mais tarde, foi surpreendido novamente, desta vez por pessoas oferecendo ajuda: “Dez advogados apareceram, todos de escritório grande, se colocando à disposição, e eu descobri que existe uma rede de solidariedade funcionando no Brasil há um tempo”

O caso passou a ter ainda mais repercussão após outros cartunistas se juntarem para fazer suas próprias versões da charge original; a nova proposta recebeu o nome de Charge Continuada. “Na evolução disso, a Charge Continuada gerou centenas e centenas de desenhos”

Em pouco tempo, diversos jornais, intelectuais e escritores já haviam declarado apoio a Aroeira. “Aos poucos fui descobrindo que foi um grande tiro no pé e que a capacidade da sociedade de reagir a alguns absurdos é muito rápida”, comenta.

Recentemente, o inquérito aberto pelo ministro da Justiça André Mendonça foi arquivado pelo MPF, em defesa da liberdade de expressão do chargista. Após esse desfecho, Aroeira reafirma seu posicionamento: “O presidente da República pede para a sua massa apoiadora invadir um hospital, a gente só vê isso no fascismo”

O chargista ainda compreende as consequências positivas do ocorrido: “Isso trouxe, na verdade, a discussão sobre a Lei de Segurança Nacional, que é um absurdo e não deveria existir”. Atualmente, o STF discute uma possível mudança na referida lei.

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