Alimentação por delivery no Brasil causa preocupação alimentar

Com o mundo entrando em seu segundo ano de pandemia, nota-se preocupações já existentes sobre a alimentação do fast food
por
Tomás Furtado dos Santos
|
28/09/2021 - 12h

Por Tomás Furtado dos Santos

A indústria da alimentação no Brasil sempre seguiu um padrão preocupante, similar ao de outros países desenvolvidos e em desenvolvimento, com empresas de "fast food" se tornando um dos principais focos de nutrição para a população, tanto pela questão de preço como acessibilidade. No entanto, mesmo com o seu consumo em larga escala, muitos desses alimentos podem ser prejudiciais à saúde, seja a curto ou longo prazo.

Desde 2020, os gastos em aplicativos aumentaram em 149%, chegando a 187% quando comparado com março, no começo da pandemia. As tendências da indústria devem crescer, com um percentual maior da clientela acostumados ao novo estilo de vida.

A obesidade no Brasil esteve acima da média mundial faz mais de uma década e  a pandemia contribuiu para o processo, agravando os riscos dessas pessoas para doenças cardiovasculares, diabetes, tumores cancerígenos e o próprio coronavírus junto com as sequelas sofridas por seus pacientes. Também não cria polêmica lembrar que os aditivos, químicos gordura trans geralmente presentes nessas embalagens tendem a ser muito maiores do que se você produzir o mesmo alimento com os ingredientes comprados em supermercado.

Muitas pessoas não sabem, mas é mais comum do que parece ter diferentes franquias de restaurantes ter os seus alimentos preparados no mesmo lugar. As "Dark kitchens​"​​​​​​ são uma nova tendencia no serviço de entregas no Brasil, onde grandes cozinhas são construídas e alugadas por diferentes donos de restaurantes. O objetivo é ter células espalhadas ao redor da cidade ao qual motoristas podem entregar o pedido mais rapidamente. Embora o mercado tenha crescido mais de 53% apenas no Brasil, ela apresenta algumas inconveniências indesejadas, como o risco de contágio entre diferentes equipes ou do manuseio incorreto de alimentos quando lidando com alergias de clientes.

Em uma pesquisa realizada em mídias sociais revelou que a maioria dos entrevistados que pede "take out" geralmente leva em consideração três principais informações quando pedindo uma refeição, o custo, o tempo de entrega e os tamanhos das porções, com menos de 10% levando em considerando tópicos como carga calórica .Em respostas mais aprofundadas, era comum encontrar variantes de "A gente só quer chegar em casa e ter um prato pronto para comer." 

Geralmente a maioria das preferências pelos pedidos são massas e salgados, comidas de bar, esfirras, coxinhas, pratos de pizza, conteúdos altamente carregados de sódio e de calorias, geralmente acompanhados por refrigerantes e energéticos. "É muito difícil conseguir se livrar desses vícios, especialmente durante os períodos formativos da infância e adolescência."

Serviços alternativos mais saudáveis como "Hellofresh" que entregam porções de ingredientes frescos junto com a receita para produzir o prato e são considerados produtos mais saudáveis e de maior qualidade estão em operação mas vem com uma série de desvantagens para florescerem no mercado brasileiro. Os principais problemas sendo a inacessibilidade desses produtos, com lojas presentes apenas em algumas cidade no país, os custos desses pedidos e o tempo necessário para o preparo, que para muitos remove a parte de "rapidez" e "praticidade" do serviço delivery.

Com esses dados obtidos, surge a preocupação de uma tendência que vem se tornando cada vez mais recente, do tratamento da saúde, nesse caso a saúde alimentícia, como uma comodidade ao invés de um direito. Apresentando um potencial risco para a saúde de jovens e adultos que podem ter um aumento de sequelas e doenças cardíaca até mesmo após o término da pandemia.