AGEMT NA PISTA: Pré GP de Mônaco

O histórico traçado nas ruas de Monte Carlo, marca a volta da Fórmula 1 depois do cancelamento na Emilia-Romagna
por
Bianca Athaide
Helena Cardoso
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27/05/2023 - 12h

Neste domingo (28), acontece uma das principais corridas do atual calendário da Fórmula 1. O Grande Prêmio de Mônaco é conhecido por suas ruas estreitas de Monte Carlo desde 1950, e neste ano, em 78 voltas, os pilotos voltam à pista, - depois do cancelamento da corrida em Ímola, na semana passada - para disputar o campeonato da categoria mais luxuosa do automobilismo.

REALEZA DO AUTOMOBILISMO  

O tradicional GP de Mônaco é um dos maiores prestígios da história do automobilismo. Mesmo antes do campeonato de Fórmula 1 existir, em 1929, o então príncipe de Mônaco autorizou que fosse criado, pelo presidente do Automóvel Clube, Antony Noghès, o Grande Prêmio de Mônaco, perante o argumento que a realização do evento traria proteção internacional ao Principado. Em 1950 o circuito fez sua primeira participação sob o escopo da Fórmula 1 e cinco anos depois entrou definitivamente para o calendário do campeonato.  

Durante os 68 anos de realização do GP, com exceção do atual trecho da piscina, o circuito se manteve quase idêntico ao de 1929. Um de seus trechos mais nítidos na memória dos fãs do esporte é a famosa curva de hairpin de Mônaco - o local muda de nome de acordo com o hotel localizado do lado externo da curva – que faz com que os pilotos virem o volante em quase 250 graus.  

Desde sua primeira edição, essa fase do calendário protagonizou memoráveis embates e quebra de recordes: o recorde de voltas mais rápidas é do alemão Michael Schumacher, com 5 pole positions. Entre as equipes, a McLaren é a maior vitoriosa: 15 vitórias, a primeira em 1984 com Alain Prost e a última, em 2008, com Lewis Hamilton.  

JOIAS DA COROA

Devido a seu imenso legado, o GP de Mônaco consagrou muitos nomes e diversas revoluções na engenharia dos carros. Então separamos 3 dos principais marcos desse patrimônio automobilístico: 

O primeiro. 

William Grover-Willians com muita resistência, segurou o seu Bugatti tipo 35B durante 4 horas, até completar 100 voltas. O piloto foi recrutado para fazer parte do exército britânico na Segunda Guerra Mundial e acabou sendo executado pelos nazistas no campo de concentração de Sachsenhausen, na Alemanha, mas seu nome estará sempre marcado como o primeiro campeão do mais famoso circuito do esporte.  

WGW MONACO
Foto: Reprodução / Liberty Media

O rei brasileiro de Mônaco.  

O piloto Ayrton Senna até hoje é o maior recordista de vitórias no circuito histórico, com seis vitórias (1987, 1989, 1990, 1991, 1992 e 1993). Seu primeiro pódio no principado foi em 1987, com sua icônica Lotus 99T amarela.  

Senna também tem o recorde de maior número de poles conquistadas: 1985, 1988, 1989, 1990 e 1991), assim recebendo o apelido de “rei de Mônaco”. 

SENNA
Foto: sennaworld.com

O mais veloz.  

Em 2019, a bordo da consagrada Mercedes AMG F1 W10 EQ Power+, o britânico Lewis Hamilton conquistou a volta mais veloz no circuito – que é considerado de extrema dificuldade – registrando 1 minuto e 12 segundos e levando um ponto extra para o campeonato, no qual se consagrou hexacampeão.  

LH44 MONACO
Foto: LAT Imagens

O QUE ESPERAR NAS RUAS DO PRINCIPADO EM 2023?

Programada para a corrida na Itália, – que foi cancelada por conta das chuvas – a Mercedes irá estrear em Mônaco, um pacote de mudanças no W14, que vai desde acertos na suspensão, até atualização na carroceria. A equipe, que está no terceiro lugar no Campeonato de Construtores, ainda não subiu no pódio nesta temporada e quer disputar com Red Bull e Aston Martin, as duas primeiras colocadas.

A equipe de Lawrence Stroll, que quer brigar por um título na F1 e que atualmente tem os motores fornecidos pela Mercedes, anunciou na terça-feira (23), uma parceria com a Honda para o fornecimento das unidades de potência. A empresa japonesa, que foi a fornecedora da Red Bull e da AlphaTauri entre as temporadas de 2019 a 2021, chocou o mundo automobilístico quando anunciou a saída da categoria. Agora, retorna em 2026, em um contrato que é válido até o fim de 2030.

A corrida neste ano, pode ter surpresas do piloto da casa, Charles Leclerc (Ferrari), que apesar de ter feito as duas últimas poles, nunca conseguiu vencer em seu país. Em 2021, o monegasco teve problemas na caixa de câmbio durante a volta de apresentação e não chegou a largar. A falta de sorte continuou em 2022, e, mesmo largando no primeiro lugar do grid, acabou terminando a corrida em quarto, depois de uma falha na estratégia da equipe italiana.

Enquanto isso, a batalha interna da Red Bull promete intensidade. Sérgio Pérez, o último vencedor de Mônaco, e que costuma ir muito bem em circuitos de rua, está a 14 pontos de distância do companheiro de equipe, Max Verstappen, no Campeonato de Pilotos. O holandês acredita que no ano passado, o mexicano bateu de propósito no Q3, prejudicando-o e impedindo uma melhora no seu tempo, a fala causou polêmica na época e aflorou a disputa interna. Fernando Alonso (Aston Martin), também pode ser o responsável por surpreender a dupla da equipe austríaca, uma vez que o AMR23 chamou atenção nas curvas de baixa velocidade, muito presentes em Monte Carlo.

O classificatório, muito importante em uma pista em que as ultrapassagens são difíceis, acontece no sábado (27) às 11h (horário de Brasília). Será possível conhecer o vencedor da sexta etapa da temporada a partir das 10h (horário de Brasília) do domingo (28), em que os carros voltam às pistas para disputar o mais deslumbrante Grande Prêmio da temporada.