No início do mês, a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) apresentou o novo regulamento, que entrará em vigor a partir da temporada de 2026. As alterações nas regras prometem tornar a categoria mais competitiva e mais sustentável.
Mohammed Ben Sulayem, presidente do órgão dirigente, afirmou durante o anúncio que a Fórmula 1 está caminhando para “um futuro extremamente emocionante”, destacando que as mudanças estão focadas em “tecnologia avançada, sustentabilidade e segurança”.
Confira, com mais detalhes, as principais mudanças que acontecerão nos carros da categoria:
Fim do DRS
Implantado em 2011 na Fórmula 1, o Drag Reduction System (DRS), ou Sistema de Redução de Arrasto, foi introduzido com o intuito de melhorar as oportunidades de ultrapassagem e aumentar a emoção das corridas.
A nova ideia, para 2026, é que as corridas sejam mais naturais e menos dependentes de tecnologias que favorecem a redução da resistência aerodinâmica em determinados momentos. Sem o DRS, os pilotos precisarão confiar mais em suas habilidades e na estratégia da equipe para ganhar posições.
Manual Override Mode
O Modo Manual de Ultrapassagem é uma nova função, para que o carro que está atrás use mais energia do que o da frente. Na prática, é uma nova versão do antigo DRS.
A energia do carro líder irá diminuir gradualmente depois de atingir os 290 km/h, chegando a zero quando o carro chegar aos 355km/h. O carro que estiver a um segundo do carro da frente, poderá usar o “Override”, que fornecerá 350 kW de potência, até chegar aos 337 km/h.
Detalhes como quantas vezes ele poderá ser usado, quando poderá ser ativado ou quanto tempo ele ficará ativo ainda não foram divulgados.
Carros menores e mais leves
Uma das mudanças mais significativas é a redução do peso dos carros. O regulamento de 2026 estabelece que os carros devem ser mais leves, o que resultará em uma maior agilidade e velocidade nas pistas. Esta mudança é um esforço para aumentar a competitividade e permitir corridas mais disputadas.
O conceito batizado de "carro ágil" será 30 kg mais leve, com peso total de 768 Kg obrigatórios. Como consequência, as medidas também diminuíram. O entre-eixos, por exemplo, vai cair dos atuais 3,60m, para 3,40m. Enquanto a largura vai diminuir de 2m, para 1,90m. O objetivo, desta forma, é auxiliar no consumo de combustível e na aerodinâmica.
Com carros mais leves, os pilotos terão mais controle, possibilitando ultrapassagens mais ousadas e estratégias de corrida mais dinâmicas.
Motores mais sustentáveis
Em um esforço para tornar a Fórmula 1 mais sustentável, os motores híbridos prometem ser ainda mais eficientes a partir de 2026. A nova geração de motores terá uma maior dependência de energia elétrica, reduzindo significativamente as emissões de carbono.
Além disso, a F1 está comprometida com o uso de combustíveis sustentáveis, alinhando-se às metas globais de sustentabilidade e mostrando que o automobilismo pode ser uma plataforma para o desenvolvimento de tecnologias verdes. A categoria tem a ambição de ser zero carbono até 2030.
Aerodinâmica
O regulamento de 2026 também inclui mudanças nas diretrizes aerodinâmicas. As novas regras visam reduzir a turbulência gerada pelos carros, melhorando a capacidade de seguir de perto outros veículos e, consequentemente, facilitando as ultrapassagens.
Os novos carros terão o que a FIA chamou de “aerodinâmica ativa”, a asa traseira e a dianteira terão partes móveis – até então, apenas a traseira tinha partes móveis. A asa dianteira será 100mm mais estreita, além de ganhar um flap móvel para a parte da aerodinâmica ativa. A asa traseira será formada por três elementos.
Segurança
A segurança dos pilotos e equipes continua sendo uma prioridade no novo regulamento. As mudanças incluem melhorias nos sistemas de proteção contra impactos e incêndios, além de novas diretrizes para a construção dos cockpits. O objetivo é minimizar os riscos associados aos acidentes.
Será revisada a parte de colisões frontais, onde será introduzido uma estrutura em duas partes, evitando assim que a quebra aconteça muito perto da célula de sobrevivência. A carroceria contra batidas na lateral também será melhorada. A promessa do regulamento é que dobre a proteção fornecida pela lateral.
O halo também será reforçado, as cargas de teste aumentarão de 141 kN para 167 kN.