AGEMT NA PISTA: GP de Imola é cancelado

Algumas equipes precisaram evacuar o autódromo, que devido a intensa chuva, tinha pontos de inundação
por
Bianca Athaide
Helena Cardoso
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22/05/2023 - 12h

Neste domingo (21), aconteceria o Grande Prêmio da Emilia-Romagna, na Itália. O histórico evento, porém, foi cancelado após a região ser colocada em alerta vermelho, por causa das fortes chuvas e enchentes que atingem a cidade desde o início do mês. 

Mesmo com as equipes chegando para a montagem dos equipamentos no paddock, foi necessária uma evacuação. As chuvas se intensificaram ao longo dessa semana, assim, as autoridades italianas pediram o cancelamento ou adiantamento da prova, uma vez que não seria possível realizar a corrida, já que partes do autódromo estavam alagadas, colocando em risco os funcionários, equipes e torcedores. 

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A Fórmula 1 divulgou o comunicado nas redes sociais, na quarta-feira (17).

O GP de Ímola é o segundo cancelado na temporada, – ele se junta à corrida na China, que foi cancelada ainda em janeiro. Com vinte e duas corridas na temporada, não existe a expectativa para remarcar a etapa italiana ao longo do ano. 

Nos 73 anos de Fórmula 1, não é nada comum que os Grandes Prêmios sejam cancelados na própria semana, esta é a primeira vez que acontece por condições climáticas. 

Na última sexta-feira (19), a F1 anunciou que doará 1 milhão de euros para a Agência de Segurança Territorial e Proteção Civil da Emilia-Romagna. Em nota, Stefano Domenicali – presidente e CEO da Fórmula 1 – disse que é preciso fazer todo o possível para ajudar a população afetada pelas chuvas e alagamentos, que está passando por um momento difícil. 

 

FANTASMAS DE IMOLA

O circuito que só retornou ao calendário em 2020 carrega um vasto legado. Além de uma considerável rotatividade de nomes - o GP já recebeu 3 nomeações diferentes: estreou como GP da Itália, para depois ser GP de San Marino, para o atual Emilia-Romagna, Ímola foi palco de momentos marcantes na história do esporte, um deles sendo o acidente que provocou a morte de um dos maiores ícones do automobilismo, o brasileiro Ayrton Senna.  

Desde 1987, o circuito presenciou acidentes críticos, incluindo Nelson Piquet, Gerhard Berger, Michele Alboreto e Riccardo Patrese, felizmente sem nenhuma vítima fatal. Até 1994, onde o fim de semana do GP seria conhecido entre os fãs do esporte por seu caráter trágico e sequência de acasos.  

Na sexta-feira, durante o treino livre, o então piloto da Jordan, Rubens Barrichello, bateu com força na grade de proteção e aterrissou de cabeça para baixo. O piloto foi dado como morto durante 6 minutos e chegou a engolir a própria língua. Rubinho teve de ser internado e perdeu o treino classificatório e a corrida. 

Lamentavelmente, essa não seria a maior tragédia do final de semana. Ainda no treino livre, o piloto austríaco Roland Ratzenberger, da equipe Simtek, chocou o carro na curva e faleceu após ser levado ao hospital. 

Em meio a protestos dos pilotos, principalmente Senna, e um clima de mistura entre tensão e luto, a realização do GP naquele domingo foi mantida. Por volta das 14 horas, ao entrar na curva Tamburello – a mesma dos acidentes anteriores de Piquet e Berger – o piloto brasileiro perdeu o controle do carro e colidiu com o muro de concreto. Após ser atendido na pista e encaminhado para o Hospital Maggiore de Bolonha, a morte de Ayrton Senna foi anunciada.  

No ano seguinte, o circuito foi mantido no calendário, mas sofreu alteração nas curvas protagonistas dos acidentes anteriores.  

Apesar da lamentável herança, o circuito ainda foi capaz de consagrar outro grande nome do esporte: Michael Schumacher foi denominado rei de Ímola, após consecutivas vitórias no circuito, incluindo em 1994.  

Com seu retorno para o campeonato em 2020, durante a pandemia do coronavírus, depois de uma pausa de quase 14 anos sem corrida no autódromo Enzo e Dino Ferrari, o primeiro lugar do pódio foi conquistado pelo britânico Lewis Hamilton.