A nova temporada da Fórmula 1 começou no dia 29 de fevereiro, com o primeiro treino livre do ano. Mas antes de falarmos sobre o que aconteceu no Bahrein, vamos recapitular o que de mais importante aconteceu desde o GP de Abu Dhabi, em novembro do ano passado.
HAMILTON NA FERRARI
Após 11 anos competindo pela Mercedes, Lewis Hamilton anunciou sua saída da equipe no início de fevereiro.
Com um anúncio repentino, o piloto britânico postou em suas redes sociais que a partir da temporada de 2025, ele passará a representar a Scuderia Ferrari. Em uma publicação, Hamilton escreveu: “Agora eu tenho a oportunidade de realizar meu outro sonho de criança. Dirigir uma Ferrari vermelha.”
Na temporada passada, em 2023, a Mercedes ficou uma posição à frente da Ferrari no Campeonato Mundial de Construtores, e a equipe pareceu trazer uma performance mais consistente durante a competição, do que o time italiano. O que está sendo especulado, que justifique a mudança do heptacampeão para a Ferrari, são os planos futuros das equipes.
O piloto é um participante ativo dos planos e estratégias da Mercedes, assim, o que muitos acreditam, é que as estratégias para as próximas temporadas estejam menos atrativas para o Hamilton do que as da Ferrari. Sobretudo, foi levado em consideração que nos próximos anos, por conta de uma nova regulação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), os carros das equipes vão mudar seus motores, que autoriza o uso de quatro motores de combustão interna para os veículos. Atualmente o limite são três.
Outro motivo especulado, é o de que Hamilton e Toto Wolff, chefe da equipe alemã, não chegaram em um acordo sobre a quantidade de temporadas na renovação. Uma vez que para o piloto, o compromisso com a equipe seria de mais de um ano, enquanto para o austríaco, o contrato teria apenas mais uma temporada.
Na equipe italiana, Charles Leclerc teve seu contrato renovado, assim sendo o companheiro de Hamilton nos próximos anos. Já Carlos Sainz, anunciou sua saída da equipe, e até agora não comunicou seu destino para a temporada seguinte.
INVESTIGAÇÃO DO HORNER
Christian Horner, atual chefe de equipe da Red Bull Racing, foi investigado após ter sido acusado de “má conduta” por uma funcionária. A empresa, logo em seguida, declarou que estava tratando do caso internamente.
Após o assunto ter saído na imprensa, o jornal holandês “De Telegraaf” revelou que a acusação seria, na verdade, de assédio sexual. A funcionária relata que o britânico enviou mensagens de caráter impróprio para ela durante um período. Pouco tempo depois, também foi relatado que Horner teria procurado chegar em um acordo com ela, mas que teria sido recusado.
O chefe da RBR nega todas as acusações, e nega também sua saída da equipe, ou mudança de cargo após o escândalo. Em entrevista à ESPN ele disse: “Obviamente, existe um processo ocorrendo, mas estou muito focado na temporada que está por vir”. Apesar do caso em andamento, ele participou normalmente do lançamento do carro e da pré-temporada no Bahrein.
Após algumas semanas de investigação feita por uma empresa independente à RBR, Horner foi considerado inocente.
A funcionária ainda tem direito de entrar com recurso, para uma nova análise. Entretanto, a equipe austríaca diz que está confiante e que a investigação foi “justa, rigorosa e imparcial.”.
No dia 7 de março, no entanto, a britânica BBC publicou uma matéria dizendo que a Red Bull suspendeu a funcionária que fez as denúncias contra o chefe de equipe. Até o momento, a empresa ainda não comentou sobre o assunto.
GUNTHER FORA DA HAAS
O ex-chefe de equipe da Haas, Gunther Steiner, foi demitido no início deste ano, e substituído pelo engenheiro Ayao Komatsu.
Steiner estava no cargo de Chefe de Equipe desde 2016, mas Gene Haas decidiu não renovar o contrato do engenheiro para os próximos anos. O principal motivo foi o resultado da equipe americana no Campeonato de Construtores da temporada passada, que teve a segunda pior temporada da sua história, terminando em último lugar.
Agora, o antigo chefe da equipe, foi contratado por um canal de TV alemão para ser comentarista da Fórmula 1 ao longo da temporada deste ano.
Komatsu, seu substituto, é japonês e participa da Fórmula 1 desde 2003, onde já atuou em diferentes funções, como Engenheiro de Desempenho, Engenheiro de Corrida, e Engenheiro-Chefe de Corrida. Ele ingressou na Haas em 2016, portanto já era um rosto conhecido pela equipe.
ANDRETTI BARRADA DA F1
Mesmo com a aprovação da FIA, a equipe americana Andretti teve sua entrada na Fórmula 1 mais uma vez recusada.
No final de janeiro, foi divulgado que a Liberty Media, — dona dos direitos comerciais da categoria — definiu, após avaliação, que até 2027 a entrada do time não iria agregar nenhum valor à Fórmula 1.
Essa não é a primeira tentativa de Michael Andretti, um dos donos da Andretti Autosport, de entrar na principal categoria de automobilismo. Há décadas ele tenta essa admissão, sendo uma das mais recentes, o seu interesse em comprar a Sauber em 2021, porém a negociação não foi concluída.
Uma das possibilidades da entrada da Andretti na F1, é através da promessa da GM de fabricar o próprio motor, mas isso só será discutido em 2028.
SAUBER COM PROBLEMAS NO PATROCÍNIO
Ao longo de 2024, a Sauber pode sofrer problemas com a sua nova identidade. O nome oficial da equipe pelos próximos dois anos é Stake F1 Team Kick Sauber, com o principal patrocinador sendo a “Stake”, uma casa de apostas online.
No entanto, a marca não tem autorização para atuar na Suíça, sede do time, e em outros países por onde passa a Fórmula 1. Nesse caso, a Sauber terá que correr com outro nome, se tornando apenas “Kick Sauber”, — outro patrocinador, um serviço de streaming que pertence aos donos da Stake — mudando a adesivagem do carro e o macacão usado pelos pilotos.
Alessandro Alunni, representante do time na F1, demonstrou tranquilidade: “Sempre cumprimos as leis aplicáveis. E é claro que tomamos todas as medidas para cumpri-las”.
Apesar de não violarem nenhuma regra na escolha do nome, segundo o site Motorsport, há certa insatisfação dentro da F1 pela equipe levar o nome de um patrocinador fora do ramo automobilístico. Isso também acontece com a equipe irmã da Red Bull, a Visa Cash App Racing Bulls, com patrocínios do ramo financeiro.
RENOVAÇÃO DE CIRCUITOS
Durante as férias, duas pistas muito importantes para a temporada da Fórmula 1 renovaram seus contratos com a categoria.
O Grande Prêmio do Japão, em Suzuka, seguirá acontecendo até, pelo menos, o ano de 2029. Renovando a tradição japonesa na cidade, que desde a sua primeira visita no Circuito de Suzuka — em 1987 — só não foi realizado em quatro ocasiões: em 2007 e 2008, quando o evento foi sediado pelo Fuji Speedway, e em 2020 e 2021, por causa da pandemia.
A renovação do contrato por mais cinco anos, tem a intenção de continuar trabalhando junto com as agências governamentais e as comunidades locais, para manter e aumentar a popularidade de Suzuka pelos fãs globais e criar um futuro mais sustentável na cultura do automobilismo.
Outro circuito que foi renovado, também teria o contrato expirado nos próximos meses e agora será a casa do GP da Inglaterra na próxima década. Até 2034, a icônica corrida em Silverstone continuará acontecendo, assim como segue de forma ininterrupta, desde 1987.
O vídeo do anúncio ainda teve a participação dos pilotos britânicos George Russell (Mercedes) e Lando Norris (McLaren). A Inglaterra é um destino muito valioso para a F1, com a maior parte das sedes das equipes sendo localizada no país e também sendo a nacionalidade de pilotos importantes do grid.
A Fórmula 1 retornou no Bahrein, com a corrida acontecendo no sábado, dia 02 de março. A próxima etapa, a terceira no calendário da temporada mais longa na história da F1, acontece na Austrália - no Circuito Albert Park, em Melbourne — no domingo, dia 24.