AGEMT Especial Eleições: As notícias de destaque desta sexta-feira (7)

Bolsonaro abandona tom moderado, Lula se reune com Tebet e FHC, levantamento do Datafolha mostra distância menor entre o petista e Bolsonaro e mais
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
Luan Leão
|
08/10/2022 - 12h

Sexta-feira, 7 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT Especial Eleições:

  • Aos gritos, Bolsonaro se exalta, ataca ex-presidente Lula e ministro Alexandre de Moraes;

  • Datafolha: 49% diz que vota em Lula e 44% em Bolsonaro

  • Lula se encontra com Tebet e FHC; 

  • INPE: Setembro tem pior mês da série histórica com alertas de desmate na Amazônia;

  • Vendas do comércio recuam em agosto, na 3ª queda consecutiva, diz IBGE.

 

Foto: Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo

Mas você tá bravo?

Apesar das tentativas de manter um tom moderado, nesta sexta-feira (7) o presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou descontrole quando aos gritos fez ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contra quem concorre à reeleição no segundo turno, e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Em coletiva à imprensa no Palácio da Alvorada, ao lado do jornalista José Luiz Datena, Bolsonaro, chamou o petista de "pinguço" e mostrou irritação por ele ainda não ter anunciado seus possíveis ministros. “Vai ter José Dirceu na Segov, Gleisi Hoffmann na Casa Civil, Dilma nas Minas e Energia”, ironizou.

O mandatário também criticou Moraes pela decisão de quebrar o sigilo de mensagens de um assessor da Presidência, Mauro Cesar Barbosa Cid, durante investigações do inquérito das milícias digitais. 

"O tempo todo usando a caneta para fazer maldade, tentar me tirar de combate, para desgastar. Já desafiei o Alexandre de Moraes, que vazou a quebra de sigilo telemático do meu ajudante de ordens, que é um crime o que esse cara fez", alegou.

 

No retrovisor 

Nesta sexta-feira (7) foi divulgado o resultado da pesquisa eleitoral realizada pelo instituto Datafolha, no qual o ex-presidente Lula (PT) tem 49% das intenções de votos. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) pontuou 44%, o que o deixa com apenas cinco pontos percentuais de diferença entre ele e o petista. 

Os indecisos são 2%, e brancos e nulos somam 6%. Quando feita a contagem dos votos válidos, o petista tem 53% e Bolsonaro 47%. Nesta modalidade, são excluídos os nulos e brancos na urna eletrônica, e os indecisos na pesquisa.

O levantamento deu ênfase na margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, em decorrência das muitas críticas feitas pelos eleitores ao método da pesquisa.  No primeiro turno, disputado no domingo passado (2), o ex-presidente somou 48,4% dos votos válidos e o atual, 43,2%. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Datafolha nas vésperas da eleição, Lula tinha 50% dos votos e Bolsonaro, 36%. A margem de erro era a mesma, mas os votos do atual mandatário escaparam por 5 pontos. Bolsonaro pontuou 43,23% e o petista, 48,39%

As entrevistas foram feitas nos dias 5 e 7 de outubro e contaram com 2.884 entrevistados. A pesquisa, que foi encomendada pela TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-02012/2022.

 

Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

Encontro com Tebet e FHC

Na tarde desta sexta-feira (7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com a senadora Simone Tebet (MDB). Durante discurso, a terceira colocada na disputa à presidência afirmou que suas sugestões foram acatadas pela campanha do petista.

"Temos as nossas diferenças políticas e econômicas, mas elas são infinitamente menores do que aquilo que nos une", alegou a senadora. "Este não é um encontro agendado pela história, mas, sem dúvida nenhuma, é exigido por ela”, completou Tebet.  

Quando questionado a respeito de um possível papel desempenhado por Tebet, Lula disse que “ela vai fazer o que ela quiser”. A senadora, porém, afirmou que irá "aonde a campanha precisar".

Logo após, o petista se encontrou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que há dois dias oficializou seu apoio a ele no segundo turno.

 "Um reencontro democrático com @presidentefhc", escreveu Lula em seu perfil do instagram. O encontro foi fechado.

 

Foto: Sergio Lima/AFP
Foto: Sergio Lima/AFP

Desmatamento na Amazônia 

Dados divulgados nesta sexta-feira (07) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que os alertas de desmatamento na Amazônia em setembro de 2022 foram de 1.455 km². Com os dados, esse se tornou o pior mês de setembro da série histórica do Deter iniciada em 2015.

Comparado a setembro de 2021, o número é 47,7% maior. Para se ter uma dimensão do tamanho, quase equivale ao tamanho da cidade de São Paulo, que tem 1.521 km². O segundo pior número de setembro também foi registrado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), em 2019, quando ficou em 1.454 km².

Em todo 2022, o acumulado de alertas de desmatamento chega a 8.590 km², um número 4,5% do que todos os alertas do ano passado. 

 

Foto: Emmanuel Franco / Sindcomércio Vale do Aço
Foto: Emmanuel Franco / Sindcomércio Vale do Aço

Em queda

O comércio teve queda 0,1% na passagem de julho para agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (07). O recuo acontece pelo 3° mês consecutivo, na média móvel trimestral o setor tem perda de 0,8%.

A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) mostrou que o varejo teve queda de 1,4% no acumulado de 12 meses. Porém, em comparação com agosto de 2021, o setor apresentou uma alta de 1,6% e 0,5% no acumulado do ano. 

O resultado negativo foi motivado pelo recuo de três das oito atividades pesquisadas. Segundo o IBGE, tiveram queda: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,4%), outros artigos de uso doméstico (-1,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,3%).

No outro lado da balança, cinco atividades apresentam alta, foram elas: tecidos, vestuário e calçados (13%), combustíveis e lubrificantes (3,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%), móveis e eletrodomésticos (1%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%).

Se considerado o varejo ampliado, que inclui o comércio de veículos e peças e os materiais de construção, a queda foi de 0,6% de julho para agosto. Também houve queda na média móvel trimestral de -1,1%, na comparação com 2021 o resultado foi -0,7% pior. No acumulado do ano também houve recuo de -0,8% e nos últimos 12 meses de -2%. 

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