AGEMT Especial Eleições: as notícias de destaque desta segunda-feira, 3/10

Análise da corrida presidencial e estadual, resultados do primeiro turno pelo Brasil e mais
por
Ana Beatriz Villela
Letícia Coimbra
Luan Leão
|
03/10/2022 - 12h

Segunda-feira, 3 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT Especial Eleições:

  • Lula e Bolsonaro avançam para o 2º turno, veja os números da disputa;

  • Análise: O que não está dito nos resultados da corrida presidencial no 1º turno;

  • Tarcísio surpreende e enfrentará Haddad no 2º turno, PSDB deixará governo de SP depois de 28 anos, veja os resultados;

  • Análise: Banho de gelo na campanha faz PT recalcular rota em SP;

  • Veja como foi o 1º turno pelo país.

 

Foto: EPA
Foto: EPA

Presidenciáveis

De acordo com a votação deste domingo (2), os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno das eleições presidenciais no próximo dia 30, daqui a quatro semanas. O petista abarcou 57.257.473 votos, o equivalente a 48,43% dos votos válidos. Para garantir a vitória já no primeiro turno, era necessário pelo menos metade.

O atual presidente Bolsonaro alcançou 51.071.106 votos (43,20%).

Foram registrados 1.964.761 votos em branco (1,59%) e 3.487.835 votos nulos (2,82%). Mais de 120 milhões foram às urnas votar, porém 20,95% dos eleitores se abstiveram. 

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão recomeçará no dia 7 e seguirá até dia 28.

Em terceiro lugar, esteve Simone Tebet (MDB), que conquistou 4,16% dos votos, seguida por Ciro Gomes (PDT), que obteve 3,04%. Já a candidata Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe d'Ávila (Novo), Padre Kelmon (PTB), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU) e Constituinte Eymael (DC) pontuaram menos que 1%.

 

Lula X Bolsonaro 

Na disputa de 1º turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mostrou a força do movimento que ficou conhecido em 2018 como “bolsonarismo”. Mas é preciso localizar do que e de quem estamos falando. Desde que venceu as eleições de 2018, quando todos olhavam com espanto as vitórias de governadores e deputados aliados a Bolsonaro, o presidente não desceu do palanque.

Com a máquina do estado, Bolsonaro não apenas fez campanha como utilizou aparatos do estado para ações de governo. A proposta desde que assumiu era simples, tensionar o cenário político e manter o discurso que o elegeu. A aliança com o dito “centrão”, foi a cartada que bastou para Bolsonaro sentir-se livre de amarras para colecionar absurdos durante o primeiro mandato.

Mas isso apenas não justifica o resultado visto nas urnas no último domingo (02). O ex-presidente Lula (PT) mostrou sua força política, mas o partido e o bloco político que integra mostraram dificuldades para compreender a insatisfação do eleitorado e a resistência com o campo progressista. É falso colocar os candidatos como iguais, mas longe dos caracteres do Twitter, o eleitorado tem questões ainda incompreendidas pelo campo político liderado por Lula.

O resultado das urnas mostrou que os brasileiros compareceram e em números expressivos. E o principal, votaram em um dos candidatos, já que o número de brancos e nulos diminuiu em relação a 2018. Apesar de se aproximar dos 51% necessários para a vitória, Lula terá o desafio de dialogar com um país mais à direita, confirmado nos resultados para o legislativo neste ano. Já Bolsonaro, aposta todas as suas fichas na mobilização e potência do movimento que já passa ser um grupo político, o “bolsonarismo”. 

 

Foto: Suamy Beydoun
Foto: Suamy Beydoun

Tarcísio e Haddad no segundo turno

No estado de São Paulo, o segundo turno será disputado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). O candidato carioca obteve 42,59 dos votos válidos, o equivalente a 9.178.828 votos, enquanto o petista recebeu dos 35,46%, ocupando a segunda colocação.

O resultado foi para muitos, inesperado, já que de acordo com as pesquisas do Datafolha e Ipec, realizadas antes da eleição deste domingo (2), o candidato do PT liderava com 39%, seguido pelo republicano, que pontuava 31%.

Nessa unidade da Federação, a abstenção foi de aproximadamente 21,6%. O total de votos em branco foi de 529.977 (2,08%), e os votos nulos totalizaram 897.282 (3,54%).

 

Equação Paulista

O tom na voz dos candidatos entregou um pouco do estado anímico dos candidatos ao governo de São Paulo que avançaram ao segundo turno. Enquanto Haddad parecia abatido, Tarcísio falou à imprensa com firmeza, e até com um certo ar de surpresa pelo que acabava de presenciar ao término da apuração.

Com o PSDB fora da disputa ao Palácio dos Bandeirantes, algo inédito depois de quase 30 anos, os dois candidatos tentaram acenar rapidamente ao governador, e candidato derrotado, Rodrigo Garcia (PSDB). Isso porque passará pelo apoio ou não de Garcia o resultado do 2º turno no final de outubro. 

Apesar de não avançar para a reta final, o atual governador conquistou quase 20% dos votos válidos neste primeiro turno, porcentagem que, se transferida a um dos dois candidatos que avançaram ao 2º turno, garante uma vitória com certa tranquilidade. A questão é que 1 + 1 não é igual a 2 na equação do governo de São Paulo.

A campanha petista se frustrou ao passar em desvantagem no 2º turno, mas precisará correr atrás dos votos de Garcia. A carta na manga é o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin, que já governou São Paulo por 16 anos. No entanto, para atrair e fisgar o eleitorado que optou pelo PSDB no 1º turno, Alckmin precisará se desdobrar em uma região onde o PT não tem a simpatia do eleitorado: o interior do estado. 

Para transformar 1 + 1 em 2, a candidatura de Haddad vai precisar manter as gargantas de Geraldo e Lu Alckmin muito bem hidratadas, porque precisarão gastar saliva. No lado de Tarcísio, é momento de trocar as luvas de boxe do confronto travado contra Garcia no 1° turno, pelo apertos de mão cordiais. O problema é que quem bate pode até esquecer, mas dizem que quem apanha… Não esquece. 

 

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Confira o resultado do 1º turno pelo país:

Norte

Acre (AC):

Gladson Cameli (PP) foi reeleito para o governo com 56,75% dos votos.

Alan Rick (União Brasil), deputado federal, foi eleito senador com 37,11% dos votos.

Alagoas (AL):

Para o governo do estado, disputarão Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União Brasil) no segundo turno. Tiveram 46,64% e 26,79%, respectivamente.

O ex-governador Renan Filho (MDB) foi eleito senador com 56,92%.

Amapá (AP):

Clécio (Solidariedade) foi reeleito governador com 53,68% dos votos válidos.

Davi Alcolumbre (União Brasil), ex-presidente do Senado, está reeleito com 47,73% dos votos.

Amazonas (AM):

Haverá segundo turno entre Wilson Lima (União Brasil) e Eduardo Braga (MDB) para governador. Lima obteve 42,82% dos votos válidos, enquanto o emedebista conseguiu 20,99%

Omar Aziz (PSD) foi reeleito senador pelo Amazonas com 40,99% dos votos.

Maranhão (MA):

Carlos Brandão (PSB) foi reeleito governador, com 51,19% dos votos válidos.

Para o Senado, o ex-governador Flávio Dino (PSB) foi eleito com 62,22%.

Pará (PA):

Helder Barbalho foi reeleito no 1º turno com 70,41% dos votos válidos.

O deputado federal Beto Faro (PT) conquistou a vaga no Senado com 42,50% dos votos.

Rondônia (RO):

Nesse estado, o segundo turno da eleição para governador será disputado por Marcos Rocha (União Brasil), que pontuou 38,88%, e Marcos Rogério (PL), com 37,05%.

Para o Senado, Jaime Begattoli (PL) foi eleito com 35,81% dos votos.

Roraima (RR):

O candidato Antonio Denarium (PP) foi reeleito para o governo de Roraima com 56,47% dos votos válidos.

Dr Hiran (PP) venceu a disputa para o Senado com 46,43% dos votos.

Tocantins (TO):

Wanderlei Barbosa (Republicanos) venceu a disputa ao governo do Tocantins com 58,14% dos votos válidos.

A vaga no Senado foi conquistada por Professora Dorinha (União), com 50,42% dos votos.

 

Nordeste

Bahia (BA):

Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil) disputarão o segundo turno para o cargo de governador. O petista conseguiu 49,33% dos votos válidos, e ACM, 40,88.

O senador Otto Alencar foi reeleito com 58,25% dos votos.

Ceará (CE):

Elmano de Freitas (PT) é o novo governador do Ceará, eleito com 53,69%.

Camilo Santana (PT), foi eleito senador pelo Ceará com 69,73% dos votos.

Paraíba (PB):

O segundo turno será disputado por João Azevêdo (PSB) e pelo deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). Eles pontuaram 39,65% dos votos válidos e teve 23,9%, respectivamente.

Efraim Filho (União) foi eleito senador com 30,82% dos votos.

Piauí (PI):

Rafael Fonteles (PT) venceu a disputa pelo governo do Piauí com 57,17%.

Para o Senado, foi eleito o ex-governador Wellington Dias (PT) com 51,32% dos votos.

Pernambuco (PE):

O segundo turno do governo do estado será disputado por Marília Arraes (Solidariedade), que recebeu 23,97% dos votos, e Raquel Lyra (PSDB), com 20,58%.

Teresa Leitão (PT) foi eleita como a primeira senadora da história do estado, com 46,12%.

Rio Grande do Norte (RN):

Para governo do estado, foi eleita Fatima Bezerra (PT), com 58,3% dos votos válidos.

O ex-ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil Rogério Marinho foi eleito senador com 41,85% dos votos.

Sergipe (SE):

O segundo turno será disputado por Rogério Carvalho (PT) e Fábio (PSD), que conquistaram 44,70% e teve 38,91%, respectivamente.

Laércio Oliveira (PP) foi eleito senador com 28,57% dos votos.

 

Centro-Oeste

Distrito Federal(DF):

Ibaneis do MDB foi reeleito com 50,3% dos votos para governador

A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves foi eleita senadora com 44,98% dos votos válidos, esse é seu primeiro mandato eletivo.

Goiás (GO):

 Ronaldo Caiado do União foi reeleito governador com 51,8% dos votos válidos

Wilder Morais do PL foi eleito senador com 25,37% dos votos válidos, esse é seu segundo mandato eletivo, Morais foi senador entre julho de 2012 e janeiro de 2019. 

Mato Grosso do Sul (MT):

Os candidatos Capitão Contar do PRTB e Eduardo Riedel do PSDB vão disputar o segundo turno para governador. 

Capitão Contar obteve 26,71% dos votos e Eduardo Riedel 25,16%

A deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina do PP foi eleita senadora com 60,99% dos votos válidos. 

Mato Grosso (MS):

Mauro Mendes do União conquistou a reeleição para governador com 68,5% dos votos.

Wellington Fagundes do PL foi o escolhido para representar o estado no Senado com 63,53% dos votos válidos.

 

Sul

Paraná (PR):

Carlos Roberto Massa Júnior, conhecido como Ratinho Júnior do PSD, foi reeleito governador do Paraná com mais de 69% dos votos. 

Sergio Moro do União foi eleito senador com 33,5% dos votos válidos. 

Rio Grande do Sul (RS):

A disputa pelo governo do estado terá segundo turno com Onyx Lorenzoni do PL e Eduardo Leite do PSDB. Eles registraram 37,5% e 26,81% dos votos, respectivamente.

Hamilton Mourão do Republicanos foi eleito para o Senado com 44,11% dos votos.

Santa Catarina (SC):

O senador Jorginho Mello e o ex-prefeito de Blumenau, Décio Lima disputam o segundo turno para governador do estado. Mello obteve 38,61% dos votos no primeiro turno e Lima, 17,42%.

Jorge Seif Junior do PL foi eleito senador com 39,79% dos votos válidos.

 

Sudeste

Espírito Santo (ES):

A disputa pelo governo do estado será entre Renato Casagrande do PSB, que recebeu 46,94% dos votos válidos, contra 38,48% de Manato do PL.

Magno Malta do PL foi eleito senador com 41,95% dos votos válidos.

Minas Gerais (MG):

Romeu Zema do Novo foi reeleito para governador com pouco mais de 56% dos votos no primeiro turno. 

Cleitinho Azevedo do PSC foi eleito para o Senado com 41,52% dos votos válidos.

Rio de Janeiro (RJ):

Cláudio Castro do PL foi reeleito para governador com 58,6% dos votos.

O ex-jogador Romário do PL foi reeleito para representar o Rio de Janeiro no Senado por mais oito anos com 29,19% dos votos válidos.

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