Quinta-feira, 6 de outubro de 2022, veja os destaques do resumo AGEMT Especial Eleições:
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Criadores do Plano Real declaram apoio à Lula; Podemos libera filiados
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Urnas não apresentaram divergência entre votos dados e registrados, diz presidente do TSE;
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Em encontro com reeleitos e deputados, Bolsonaro diz que falou "demais muitas vezes"
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MEC bloqueia verbas de universidades federais. Ministério é o mais atingido pelos congelamentos;
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Protestos da população no Irã;
Apoios no segundo turno
Nesta quinta-feira (6) os criadores do Plano Real declararam apoio ao ex-presidente Lula (PT. Além da oficialização de FHC nesta quarta-feira (5), André Lara Resende, que defendeu o voto em Lula no primeiro turno, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e o economista Edmar Bacha assinaram uma nota junto com Armínio Fraga e Pérsio Arida declarando voto em Lula no segundo turno das eleições contra Jair Bolsonaro (PL).
“Votaremos em Lula no 2º turno; nossa expectativa é de condução responsável da economia”, afirmam no comunicado.
O apoio reforça a ideia que o petista faça uma administração que respeite a responsabilidade fiscal e seja centrada.
Ainda nesta quinta, o partido Podemos, ao qual pertence o ex-procurador Deltan Dallagnol, liberou seus diretorias e filiados para apoiarem tanto Lula quanto Bolsonaro (PL). No primeiro turno, a legenda lanou apoio à senadora Simone Tebet (MDB).
Integridade
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse que o teste de integridade das urnas neste 1° turno não apresentou divergências, a declaração aconteceu durante a sessão desta quinta-feira (06).
Na prática, a declaração significa que os votos dados pelos eleitores foram os mesmos votos registrados nas urnas para os candidatos. O teste de integridade acontece desde 2002, e acontece nos tribunais Regionais Eleitorais no dia da eleição, simulando uma votação normal. A intenção é saber se o voto dado na urna é o mesmo que será registrado.
O presidente do TSE reafirmou a lisura do processo eleitoral e destacou a confiança no sistema eleitoral. "Ou seja, novamente o primeiro turno das eleições 2022 se repetiu o que houve mas eleições 2020, 2018 e 2016 [...] Vinte anos de absoluta lisura das urnas eletrônicas com comprovação imediata pelo teste de integridade", disse Moraes.
Bolsonaro: "Falei demais muitas vezes"
Depois de quatro anos de declarações fortes e muitos ataques à imprensa e opositores, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), deputados federais reeleitos e governadores, que falou "demais muitas vezes". O encontro aconteceu nesta quinta-feira (06), no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
Bolsonaro pediu desculpas e disse que ofendeu algumas pessoas "de forma não intencional". No encontro, além do presidente da Câmara, estavam os governadores reeleitos Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Gladson Cameli (Progressistas), do Acre; Antônio Denarium (Progressistas), de Roraima. Todos eles já declararam apoio à reeleição de Bolsonaro.
"E trago comigo um ensinamento militar: 'Pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão'. Nós nunca nos omitimos, mesmo com o desgaste. Falei demais muitas vezes, reconheço, ofendi algumas pessoas de forma não intencional, me desculpem, mas é o calor de uma luta da vida contra a morte, no caso da pandemia", disse Bolsonaro.
Quem também discursou, de forma breve, foi a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Durante o discurso, Michelle pediu perdão pelos palavrões do marido, e disse não concordar com as falas. "Perdão a todos pelos palavrões do meu marido. Eu não concordo, mas ele é assim. Tem gente que gosta, né ?", falou a primeira-dama.
Mais um
O Governo Federal anunciou um novo bloqueio que eleva os cortes de orçamento das universidades e colégios federais para a casa de R$ 1 bilhão, sendo mais de R$ 700 milhões somente para universidades. A medida foi feita na última sexta-feira (30), dias antes do primeiro turno das eleições gerais.
A União publicou o Decreto 11.216, que altera o Decreto nº 10.961, de 11/02/2022, referente à execução do orçamento deste ano, sacramentando o novo contingenciamento no orçamento do Ministério da Educação - bloqueando R$ 147 milhões para os colégios federais e de R$ 328 milhões para as universidades.
Em nota, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) destaca que o contingenciamento resultou em um corte de R$ 328,5 milhões nos valores disponíveis para despesas das universidades.
Os colégios e universidades afirmaram que o corte pode acarretar na paralisação de serviços básicos no funcionamento das instituições, como o fornecimento de água, luz, vigilância e limpeza, além de afetar o desenvolvimento de pesquisas científicas.
“Contingenciamento é uma coisa que sempre acontece na execução orçamentária, mas é muito unusual que ele aconteça no mês de outubro, quebrando qualquer possibilidade de planejamento, na reta final da execução”, ressalta o presidente da Andifes, Ricardo Fonseca.
Além disso, a Assossiação criticou, em reunião com o Secretário da Educação Superior, Wagner Vilas Boas de Souza, o fato do contingenciamento afetar recursos destinados a despesas de outubro, já comprometidas, podendo levar a "gravíssimas consequências e desdobramentos jurídicos para as universidades federais".
Protestos no Irã
Os protestos no Irã já duram quase duas semanas por conta do autoritarismo e das regras duras de comportamento impostas pelo governo. O estopim foi a morte sob custódia da jovem curda Mahsa Amini, detida pela polícia de moralidade por não usar o hijab de forma correta.
A situação piorou depois de uma segunda morte, a da adolescente Nika Shahkarami, de 17 anos. Ela desapareceu durante uma manifestação em setembro e a família encontrou seu corpo 10 dias depois, no necrotério de um centro de detenção. Seu corpo não foi entregue à família e ela foi enterrada pelas autoridades na ausência deles, um dia depois do que teria sido seu aniversário de 17 anos.
Desde o início da semana, estudantes do ensino médio começaram a fazer parte dos protestos também. Em fotos e vídeos, elas atacam ou removem fotos dos dois líderes supremos que governam o país desde a revolução – o aiatolá Khomeini e agora o aiatolá Ali Khamenei.
Além disso, alunas protestaram em seus colégios tirando a peça que cobre a cabeça e entoando canções contra os líderes religiosos do país. Um outro vídeo mostra alunas gritando “se não nos unirmos, eles vão nos matar uma a uma”.
Na cidade de Shiraz, alunas bloquearam o trânsito, tiraram o véu e gritaram “morte ao ditador”. Na cidade de Karaj, as estudantes conseguiram fazer com que um dirigente de uma escola tivesse que se retirar. Um vídeo publicado em redes sociais na segunda-feira as mostra gritando “tenha vergonha”. Elas também jogam objetos no homem (aparentemente, garrafas de água), até que ele sai por um portão.